25.9.18

[Teatro] O TEATRO ÉPICO DE BRECHT - Reinaldo Bossmann



Quem foi Brecht?





Bertolt Eugen Friedrich Brecht, poeta, prosador, dramaturgo c teatrólogo alemão, nascido a 10 de fevereiro de 1898 em Augsburg, faleceu a 14 de agosto de 1956 em Berlim.

Com 16 anos de idade começou a escrever as primeiras poesias e contos, que se publicaram em jornais. Depois tornou-se crítico teatral, dramaturgo do teatro  em Munique, e, em 1924, dramaturgo do "Teatro Alemão" em Berlim, sob a direção de Max Reinhardt. 

 A agressão é para ele finalidade em si, fazendo dela um método, não querendo o drama em si, mas a forma artística adequada em favor da demonstração convincente para fins de seu niilismo. Assim, para Brecht teatro e palco não significam diversão teatral. Em conseqüência disso, a construção de suas peças não é uniforme, mas representa somente sequências de imagens, muitas vezes sem ação, intercaladas com "songs", música a jazz, projeções de slides, vozes de alto-falantes. provindas de faixas e cartazes que demonstram a situação do homem e da vida, na sua miséria, dependência a poderosos, na sua maldade e perversidade. Cartazes como "O homem c ordinário", "O mundo é pobre, o homem é mau" c "Comer primeiro, depois a moral" mostram a concepção niilista de Brecht. O emprego desses recursos e da técnica no palco, Brecht não os inventou, mas copiou e aperfeiçoou, graças ao teatro político de Erwin Piscador.


 A obra dramática de arte para ele não é mais o prazer de sentimentos, mas a instrução, não o permanecer em passividade, mas o despertar da atividade, o caminho livre a decisões. Com isso, transforma o palco em sala de aula, onde se deve demonstrar a maneira marxista, e escreve para o teatro épico peças didáticas 


A teoria do teatro épico de Brecht pode ser denominada teoria do teatro de parábola, consiste na apresentação de um acontecimento por meio de imagens dramáticas. Nessa teoria, a ação não tem mais o desenvolvimento da tensão, com o ponto culminante de um conflito, até à catástrofe, mas a montagem de situações à maneira épica, com intercalações diversas, com a finalidade de fazer comentários a favor da ação. Assim, o teatro é uma simples função a serviço da instrução política e da ativação do proletariado.


A forma drámatlca do teatro: 
É ação. 
Envolve o espectador na ação. 
Consome-lhe a atividade. 
Possibilita-lhe sentimentos. 
Proporciona-lhe acontecimentos. 
O espectador é submerso em alguma coisa. 
Trabalha-se com sugestões. 
Os sentimentos são conservados como naturais. 
O espectador está no interior da ação, participa. 
O homem é suposto conhecido. 
O homem é imutável. Interesse apaixonado pelo desfecho. 
Uma cena é causa ou efeito da outra. 
Desenvolvimento linear (orgânico).
Evolução continua.
O mundo como é. 
O homem como dado fixo. 
O pensamento determina o ser. 
Sentimento.


A forma épica do teatro: 
É narração. 
Faz dele um observador. 
Desperta-lhe a atividade. 
Exige-lhe decisões.
Proporciona-lhe conhecimentos. 
O espectador está diante de alguma coisa. 
Trabalha-se com argumentos
Os sentimentos são elevados até a tomada de consciência. 
O espectador está de frente, analisa. 
O homem é objeto de investigação. 
O homem se transforma e pode transformar. 
Interesse apaixonado pelo desenvolvimento. 
Cada cena existe por si. 
Desenvolvimento retilíneo (montagem). 
Saltos. 
O mundo como será. 
O homem como processo. 
O ser social determina o pensamento.


Nos ensaios para as apresentações. Brecht propõe três constelações auxiliares que podem servir para um distanciamento das falas e das ações de seus personagens: 

a transposição do texto a ser falado para a terceira pessoa do singular; 
a transposição para o tempo passado; 
a dicção do texto de instruções c comentários. 


Esse efeito de distanciamento (Verfremdungs-Effekt) tem sua origem na arte da representação chinesa, e baseia na neutralização absoluta dos meios c expressões tradicionais.O recurso do distanciamento tem como objetivo impedir a existência de "campos hipnóticos" entre o palco e auditório. O autor só deve despertar a reação do espectador, não deve provocar sentimentos dele, evitando, assim, a completa identificação com o personagem que representa. Com isso. Brecht combate a tradição aristotélica e a concepção de Schiller sobre o teatro como instituição moral.

A música para Brecht: Na ópera dramática está colocada ao serviço, realça, impõe e ilustra o texto, descreve uma situação psicológica, enquanto a música da ópera comunica, comenta e pressupõe o texto, e, finalmente, toma uma posição e indica um comportamento



24.9.18

[Planejamento] Não sei viver sem




Eu estou sempre mudando e repensando formas de organizar minha vida porque simplesmente não consigo viver sem planejamento, mesmo que dê tudo "errado", como hoje. O Planejamento não serve exatamente pro seu dia sair impecável, mas sim para que, mesmo se acontecer algo que não permita que você siga tudo milimetricamente, você tem um norte pra onde ir, então ter planejado minimamente o seu dia/semana/mês/semestre, vai te permitir fazer adaptações.

Na postagem anterior eu compartilhei meu planejamento da semana, pois bem, hoje é segunda e eu já não segui praticamente nada do que planejei, o que me fez pensar em: será que as minhas segundas-feiras são 'boas' para recomeços ou inícios como é pra todo mundo? Acho que não. Quando fiz o planejamento eu achava que iria começar meu novo emprego na segunda, quando recebi um email na sexta avisando que não seria, dai pensei, ok, "vou fingir que vai ser a mesma coisa", mas definitivamente (ou talvez não), segunda-feira ainda traz um gostinho da bagunça do domingo, geralmente não durmo em casa e tem todo um trajeto até chegar em casa que eu nunca planejo. Enfim Ao chegar em casa e ver que já tinha "perdido toda a manhã", resolvi primeiro revisar as prioridas

- Exercícios Físicos
- Estudar

Ai, mas tem que acordar 5:00 da manhã e fazer a tal rotina matinal milagre da manhã porque senão seu dia vai ser uma bosta. Foda-se. Não vai. O que me impede de começar a me exercitar as 11h se é esse o tempo que tenho? Assim fiz, pesquisei uma sequencia de exercícios e em 15 minutos eu tava suando pelas tabelas - pois estou bem sedentária, por isso me exercitar de alguma forma todos os dias está sendo minha prioridade.

Ah, um teste, desativei meu perfil do instagram - nunca passei nem uma semana com o perfil desativo ou sem postar alguma coisa e quero de vez fazer esse teste. Está sendo difícil pois eu vi dois filmes e estou lendo muita coisa legal e tenho vontade de postar sobre, mas de todas as vezes que eu falei sobre o Instagram e como me prejudica, nenhuma das vezes eu realmente sumi de lá... e depois eu fiquei pensando, por vezes falar do que leio e vejo no Instagram me deixa frustrada porque eu sinto que as pessoas gostam mesmo é de quem te diz pra comprar a todo instante ou quem tem uma vida perfeita pra mostrar. Eu não tenho dinheiro, eu não marco mil marcas em cada postagem, eu mal compro livro e minha casa não é a dos sonhos que faz a fama de muitos perfis por aí, isso me irrita como as pessoas são fúteis e bobas e como se usam de um perfil de estudos e livros para na verdade incentivar mais e mais consumo material. Pouco vejo e pensamento crítico, pouco vejo de mudança de fato. Enfim, falando comigo mesma pois sei que ninguém lê meu blog e aqui estou salva <3

Voltando... eu cancelei todas as minhas metas de livros e tenho seguido algumas leituras coletivas, o que tem sido bom e algo que sempre quis fazer, quero terminar registrando alguns futuros livros que quero ler, e futuros estudos <3  (baixe aqui)





Outra coisinha que esqueci de fazer no cronograma anterior foi visualizar a quantidade de horas livres, então vai aqui outra tabelinha pra isso (baixe aqui)


21.9.18

Cronograma de Estudos



Lembra que eu disse que tinha 7 clichês de melhorar a organização/rotina de estudos que estavam funcionando comigo? Pois é, acabou que não deu certo haha porque eu não consigo estabelecer uma rotina fixa. Então, essa semana que resolvi abandonar algumas dicas e apenas fazer um cronograma de horário, não de assunto como eu vejo em geral, pois meus horários são muito loucos e não dava pra que delimitar os temas de estudo da semana, mas sim tentar encaixar o que preciso estudar nos espaços de tempo quebrados que tenho. Ficou mais ou menos assim, deixei tudo limpo mas a ideia é colocar do lado tudo que você precisa estudar e nessa coluna azul mais claro os seus horários (ocupados e livres) e ir encaixando as leituras e os estudos nos espaços livres :D

Baixe o cronograma aqui


Outra dica que comecei a seguir é música de estudo. Aqui em casa é muito barulhento sempre então eu preciso de música pra não ouvir nada mais, encontrei uma playlist no spotify chamada "Just Focus" que me agradou muito.


18.9.18

[Fichamento] O segundo sexo Vol 1. - 3/O ponto de vista do materialismo histórico





"A humanidade não é uma espécie animal: é uma realidade histórica. A sociedade humana é uma antiphisis: ela não sofre passivamente a presença da Natureza, ela a retoma em suas mãos. Essa retomada de posse não é uma operação interior e subjetiva; efetua-se objetivamente na práxis. Assim, a mulher não poderia ser considerada apenas um organismo sexuado: entre os dados biológicos, só têm importância os que assumem, na ação, um valor concreto; a consciência que a mulher adquire de si mesma não é definida unicamente pela sexualidade.


Ela reflete uma situação que depende da estrutura econômica da sociedade, estrutura que traduz o grau de evolução técnica a que chegou a humanidade" pg. 83


Na primeira página, Simone analisa que por meio das teorias do materialismo histórico podemos refletir que as condições que caracterizam a mulher não estão ligadas somente a biologia, mas atreladas a um contexto histórico. Em seguida, Simone reflete que a força física da mulher não seria suficiente para criar desigualdade com os homens, tendo em vista que:


"No tempo em que se tratava de brandir pesadas maças, de enfrentar animais selvagens, a fraqueza física da mulher constituía uma inferioridade flagrante; basta que o instrumento exija uma força ligeiramente superior à de que dispõe a mulher para que ela se apresente como radicalmente impotente. Mas pode acontecer, ao contrário, que a técnica anule a diferença muscular que separa o homem da mulher: a abundância só cria superioridade na perspectiva de uma necessidade; não é melhor ter demais do que não ter bastante. Assim, o manejo de numerosas máquinas modernas não exige mais do que uma parte dos recursos viris. Se o mínimo necessário não é superior às capacidades da mulher, ela torna-se igual ao homem no trabalho. Efetivamente, pode-se determinar hoje imensos desenvolvimentos de energia simplesmente apertando um botão" pg. 84

Quanto às servidões da maternidade, elas assumem, segundo os costumes, uma importância muito variável: são esmagadoras se se impõem à mulher muitas procriações e se ela deve alimentar e cuidar dos filhos sem mais ajuda; se procria livremente, se a sociedade a auxilia durante a gravidez e se se ocupa da criança, os encargos maternais são leves e podem ser facilmente compensados no campo do trabalho. É de acordo com essa perspectiva que Engels retraça a história da mulher em A origem da família. Essa história dependeria essencialmente da história das técnicas. pg 84

Por essa pesquisa, o trabalho doméstico - desde épocas remotas destinado a mulher - não era visto como menor, mas de igual importância na vida econômica. Para Engels, a derrota do sexo feminino, começa com a propriedade privada.

"Com a descoberta do cobre, do estanho, do bronze, do ferro, com o aparecimento da charrua, a agricultura estende seus domínios. Um trabalho intensivo é exigido para desbravar florestas, tornar os campos produtivos. O homem recorre, então, ao serviço de outros homens que reduz à escravidão. A propriedade privada aparece; senhor dos escravos e da terra, o homem torna-se também proprietário da mulher. Nisso consiste “a grande derrota histórica do sexo feminino”. Ela se explica pelo transtorno ocorrido na divisão do trabalho em consequência da invenção de novos instrumentos"


Assim,

" a opressão social que sofre é a consequência de uma opressão econômica"

Assim, Engels acredita que a emancipação da mulher só ocorrerá:

"quando (a mulher) puder participar em grande medida social na produção, e não for mais solicitada pelo trabalho doméstico senão numa medida insignificante. E isso só se tornou possível na grande indústria moderna, que não somente admite o trabalho da mulher em grande escala como ainda o exige formalmente...” Deste modo, o destino da mulher e o socialismo estão intimamente ligados, como se vê igualmente na vasta obra consagrada por Bebel à mulher. “A mulher e o proletário”, diz ele, “são ambos oprimidos” "


Engels coloca em foco a opressão da mulher por conta das relações de trabalho, no entanto, entendo eu, que este pode ter sido o início da opressão, porém fatores religiosos e a exploração sexual do corpo da mulher contribuíram para fortalecer essa opressão. E Simone o critica:

"Ele compreendeu muito bem que a fraqueza muscular da mulher só se tornou uma inferioridade concreta na sua relação com a ferramenta de bronze e de ferro, mas não viu que os limites de sua capacidade de trabalho não constituíam em si mesmos uma desvantagem concreta senão dentro de dada perspectiva. É porque o homem é transcendência e ambição que projeta novas exigências através de toda nova ferramenta. Quando inventou os instrumentos de bronze não se contentou mais com explorar os jardins; quis arrotear e cultivar vastos campos; não foi do bronze em si que jorrou essa vontade" pg. 88

"Se a relação original do homem com seus semelhantes fosse exclusivamente uma relação de amizade, não se explicaria nenhum tipo de escravização: esse fenômeno é consequência do imperialismo da consciência humana que procura realizar objetivamente sua soberania. [...]

É verdade que a divisão do trabalho por sexo e a opressão que dela resulta evocam, em certos pontos, a divisão por classes, mas não seria possível confundi-las. Não há na cisão entre as classes nenhuma base biológica." pg. 88

"suprimir a família não é necessariamente libertar a mulher: o exemplo de Esparta e o do regime nazista provam que, embora diretamente ligada ao Estado, ela pode ser oprimida pelos machos" pg. 89

Finaliza, afirmando que

"a. O valor da força muscular, do falo, da ferramenta só se poderia definir num mundo de valores: é comandado pelo projeto fundamental do existente transcendendo-se para o ser." 

7.9.18

[diário] Alguns dias não saem como planejado, ou quais são suas prioridades hoje?



Então, terça eu consegui organizar várias coisas para continuar a semana com foco e objetividade, Deu certo? Depende.

Na quarta eu tinha me programado pra estudar uma quantidade de horas e tais assuntos, mas também tinha que ir ao médico buscar uns exames, dai ao chegar lá não era dia da médica e eu havia entendido errado os dias dela, Dai aquela bad: todo meu planejamento foi mudado. Isso acontece, isso vai acontecer e essas fórmulas que a gente vê de fazer todo dia a mesma coisa e que nada vai sair diferente do seu planner nunca duram uma semana comigo! Eu juro que to tentando seguir uma rotina, mas sei lá, talvez não esteja tentando o suficiente... pra compensar o dia em que não fiz exercício eu andei de bicicleta uma distância considerável. No mesmo dia eu tinha dentista as 13h e na minha cabeça eu ficaria a manhã no médico lendo, iria pro dentista e depois passaria a tarde estudando, mas confesso que me desviei um pouco... e acho que o planejamento está em também sabermos lidar com dias atípicos, eu não previa que seria um dia em que não meio que "não devia" ter feito aquele planejamento, mas vamos aprendendo. Eu tinha um compromisso familiar a noite que não havia anotado :~ e dai tive que comprar sapato pra ir e tudo o que bagunçou ainda mais (inclusive a meta que eu tinha de não comprar coisas que não precisasse). Enfim!! Eu até tentei estudar mas eu simplesmente caia de sono na mesa! :( Eu to compartilhando tudo isso porque uma coisa que tento manter é: eu não preciso ser como tal pessoa. Eu posso me inspirar nessa pessoa e encontrar meu ritmo, meu planejamento, se eu vou alcançar algo mais devagar ou mais rápido isso não deve ser nem pensado! Sério, é só tortura ficar se comparando a alguém desse jeito e não é justo com o que você se esforça. Se esforçar o máximo vai ser se esforçar o máximo que aquele dia permitiu também. Quando cheguei em casa eu li uns 15 minutos e pronto, vi que aquele dia não daria, mas tentei.

Na quinta também as coisas saíram um pouco do planejamento por conta da quarta, tive que dormir na casa do meu namorado o que bagunça um pouco. Talvez eu tenha que aprender a manter minha rotina matinal em qualquer lugar. Mas, um passo de cada vez.. Não fiz exercícios, cheguei em casa e só deu mesmo pra cuidar de ir pra aula, novamente não estudei as 3h que queria nem tudo que queria. Dai eu pensei

será que eu estou me baseando por métodos que realmente funcionam pro meu dia? Como como me inspirar em alguém que tem uma rotina totalmente diferente da minha e querer alcançar o mesmo ritmo dela?


Falo isso pois vi uns vídeos de dicas pra passar em concurso que o cara não trabalhava, não estudava mais em faculdade e tinha literalmente o dia todo só pra estudar pra isso: o que não é minha realité, assim como esse quarto dessa foto aqui.

Qual a diferença entre se inspirar e se frustrar com sua própria vida?


Esse quarto não é nem de perto minha realidade e me pergunto se faz bem eu ficar desejando tanto um quarto assim só porque tá no pinterest.
Fui falar isso com minha professora e ela me disse que ela nunca teve um quarto só dela, mesmo quando teve uma casa só dela, pois estava casada. E ela chegou onde chegou não é mesmo? Não é discurso de meritocracia, pelo contrário, pois o que é mérito quando tudo parece estar mais atrelado as condições em que se vive? Enfim, too many questions.

Quinta foi uma dia extremamente exaustivo, tive aula sentada no chão a tarde inteira e depois fiquei 2h no "ócio", até outra aula que eu tinha as 20:30 D: foi quando li um pouco mais, li até bastante nesse dia pra quem não teve tempo. Estava motivada a ler o máximo que desse em qualquer circunstância e foi ótimo pois o que eu tava lendo era tão bom que eu não tinha sono. Dai percebi que talvez o sono do dia anterior se dá pelo meu método de estudo

Eu percebi que vídeo aula é uma coisa que me irrita, me dá sono e me entedia, porém era "necessário", mas talvez eu não esteja de fato aprendendo nada assim. Eu gosto de aprender lendo então foi quando recorri a minha queria biblioteca que é essa

Só que não, esse texto tá repleto de fotos fake


E dai chego ao dia de hoje em que peguei livrinhos legais e tó pronta pra recomeçar tudo de novo: exercícios físicos, 3 horas de estudo, faxina, filminho.

Bom feriado (e fim de semana) pra todos!

p.s. num dia mais inspirado eu coloco fotos da minha mesa, mas hoje não é minha prioridade ;)

4.9.18

[conversa de terça] 7 clichês que estão funcionando ou nunca pensei que diria isso



Caraca, tava respondendo um comentário e percebi que tenho quase dois anos até chegar aos 30... Mas não era isso que queria falar. Era só pra aumentar o clichê dessa postagem,

Bom, desde a semana passada eu tenho refletido muito sobre alguma mudança que eu sentia que precisava fazer na minha vida (e hoje vi um vídeo de tarot do meu signo e dizia isso tb - mais cliché ainda), pois estava me vendo desmotivada pra tudo e bem.. sendo bem sincera comigo mesma, resolvi que não queria desistir agora da.. vida, das coisas, dos sonhos, mas estava agindo como se tivesse desistido. Esse sentimento oscila bastante, mas estou mentalmente mais empenhada em terminar algumas coisas e alcançar outras. Algumas coisas são: terminar a faculdade , alcançar outras são: um emprego. O velho pensamento da vida adulta, chegou """""tarde"""" mas chegou. Este ano eu fui começando a sentir alguns incômodos e decidi que precisava fazer algo pra me sentir bem, ou ao menos tentar. Algumas metas apareceram no caminho mas eu não me senti pronta pra isso, ao mesmo tempo racionalmente eu PRECISAVA estar pronta. Primeiro, apareceu um concurso público para professor do estado e a segunda coisa é que eu comecei a vislumbrar a luz do fim do túnel que é me graduar. Acho que numa mistura de medo de falhar e medo de conseguir eu fiquei Agosto inteiro meio fingindo que nada disso estava acontecendo. Medo de conseguir passar no concurso porque pra mim ser professora é uma grande responsabilidade e confesso que estou com medinho de tudo isso.  Medo de não passar, pois obviamente falhar sempre dá medo. Medo de me formar porque espera-se que imediatamente eu tenha uma vida brilhante (mesmo eu fazendo Teatro e na verdade ninguém espera nada), medo de não me formar nunca - risos- ou demorar mais do que planejei (já vou passar um ano a mais sem culpas, é verdade esse bilete). 

Concurso/Faculdade/Leituras avulsas - como que dá?

Taquita um artigo científico essa postagem. Bem, pedi a isenção do concurso, pelo menos se der merda não gastei  muito dinheiro, porém não me via estudando pra isso, sempre detestei a ideia de ser "concurseira" ou ficar bitolada com esse negócio de "seja um vencedora". Mas creio que esse afastamento revelava sim uma baixa auto-estima em não achar que pudesse - não vencer - mas sonhar e realizar algo. Com isso fui me aproximando de blogs de organização, e até li um livro de auto ajuda famoso chamado "O Milagre da Manhã", com muitas ressalvas e sempre bem crítica pois meu jeitinho, eu consegui extrair coisas boas pra mim. 

As referências foram: 
  • o tal livro do Milagre 
  • a newsletter da Ana do blog Eu, organizado (ela manda pro seu email um texto toda segunda com conversas que abrem a mente pra você que tá querendo sair do caos da vida haha)
  • Alguns vídeos de "como estudar pra concurso" no youtube (procure vídeos de no max 15min se possível acelere a velocidade)
Assim, juntei tudo em 7 dicas pra mim e pra você. Eu nunca pensei que diria tudo isso que vou dizer nessas dicas, mas é aquela coisa: vai que né.



1. acordar mais cedo - adaptando para meu estilo de vida: 


o tal do livro do milagre diz isso de acordar cedão e tem todo o clube de 5 horas da manhã e tal. Eu acordava geralmente às 9 com muito sono. No livro ele diz que já no primeiro dia você vai acordar as 5 automaticamente cheio de energia de vida (hahaha vai nessa). 

Como foi comigo: na Segunda, ontem eu acordei pela hora da morte às 6:40, passei a manhã com sono e dormi depois do almoço. Já hoje foi melhor, acordei as 6:10 com os cachorros da vizinha latindo e resolvi me levantar logo. Mas algo não tava dando certo. pois não era só acordar, eu precisava ser mais objetiva, determinada e ter um foco para aquela manhã, o que eu só entendi hoje vendo um vídeo sobre passos para ser aprovada e tal e o cara dizia isso. Então passei um tempo escrevendo post-it pra colocar na parede e lembrar que eu tinha que acordar e seguir aqueles passos - até me acostumar com o ritmo. Pois mesmo acordando as 6:30, na segunda eu só fui sentir alguma motivação mesmo quase 10h - ou seja - meu horário antigo. 


O texto da Ana também me ajudou a delimitar um tempo pra essa preparação (é o terceiro passo dela - reserve um tempo para si, basicamente a mesma ideia de O Milagre da Manhã, que é tirar um tempo para se preparar para os afazeres do dia, ela indica 20 minutos, o autor do livro 30 min - existe uma adaptação também) . 


Escrevi que minha rotina será (Silêncio, Reler objetivos do dia, Exercícios físicos 20 min, Banho, Comer). A ideia que penso é apenas colocar o relógio para cronometrar 30min e ir seguindo essa rotina no fluxo - AH - NÃO LIGQUE O WIFI (a ideia é que desligue antes de dormir também).

Um cara de um vídeo indica desligar o wi-fi a manhã toda, o que irei aplicar nos dias que for ficar em casa estudando. Mas cê que sabe, eu precisei levar na cara pra entender que isso é necessário mesmo!


Que aconteceu na segunda e hoje, eu acordei cedo, blz mas me perdi nos meus objetivos. Então se você não acordar com algum objetivo claro não vai funcionar isso de acordar cedo. Essa é a segunda dica da Ana na newsletter de segunda. Elencar 2 ou 3 objetivos na noite anterior para o dia seguinte. E ah não precisa ficar postando no story que acordou, acho que isso me distrai na real.


Como esse post já ficou bem grande, vou deixar para escrever sobre os próximos passos em outro. Pois eu tenho umas coisinhas pra estudar! Espero que essa conversa clichêzinha tenha ajudado alguém. 


3.9.18

[Fichamento] O segundo sexo Vol 1. - 2/O Ponto de vista Psicanalítico



Esse foi o capítulo mais difícil de chegar perto do que Simone quis dizer. Li duas vezes e na segunda recorri a algumas leituras complementares. A primeira é uma resenha de  Celeste Chaves Barra, Denise Raissa Lobato Chaves e Raissa Cruz dos Santos.

Para este capítulo, Simone faz uma análise do pensamento inicialmente do sexólogo Marañon ao reduzir o orgasmo feminino como sendo uma característica viril e afirma que a mulher está no meio do caminho para o impulso sexual, e este possui uma "direção única". Em seguida ao comentar as contribuições de Freud e Adler, Simone chega a conclusão da falta de estudos aprofundados sobre a sexualidade da mulher. Mesmo quando o há, existem em comparação de inferioridade ao homem. Novamente questionando a ideia da mulher ser o Outro, a premissa inicial do livro. Após as leituras extras, compreendi que neste capítulo Simone crítica que o falo dê uma superioridade ao homem pelo argumento biológico puramente, mas sim 

"retoma a construção do falo e afirma que a superioridade e autoridade masculina, no viés psicanalítico, não é conferido ao falo em si, mas ao construto simbólico em volta daquele que o possui: o homem. Sendo assim, a autora argumenta que há toda uma construção simbólica acerca do homem e seu falo, para além de um olhar apenas sexual:" (fonte)

Citando Simone

se corpo e sexualidade s„o expressões concretas da existência, é também a partir desta que se pode descobrir-lhes as significações: sem essa perspectiva, a psicanálise toma, por verdadeiros, fatos inexplicados. Dizem-nos, por exemplo, que a menina tem vergonha de urinar de cócoras com as nádegas ‡ mostra: mas que é a vergonha? Assim também, antes de indagar se o macho se orgulha de ter um pênis ou se seu orgulho se exprime pelo pênis, cumpre saber o que é o orgulho e como a pretensão do sujeito pode encarnar-se em bum objeto. N„o se deve encarar a sexualidade como um dado irredutível; h·, no existente, uma "procura do ser" mais original; a sexualidade é apenas um de seus aspectos.

Todo simbolismo é construído por um contexto social, Simone crítica que a psicanálise ignore isso sem admiti-lo na sua construção teórica:

O simbolismo não caiu do céu nem jorrou das profundezas subterrâneas: foi elaborado, como uma linguagem, pela realidade humana que é mitsein ao mesmo tempo que separação, e isso explica que a invenção singular nele tenha seu lugar. Praticamente o método psicanalítico é forçado a admiti-lo, autorize-o ou não a doutrina (pg 76)
só no seio da situação apreendida em sua totalidade que o privilégio anatômico cria um verdadeiro privilégio humano. A psicanálise só conseguiria encontrar sua verdade no contexto histórico. (pg. 78)

Mas uma vida é uma relação com o mundo; é escolhendo-se através do mundo que o indivíduo se define; é para o mundo que nos devemos voltar a fim de responder às questões que nos preocupam. Em particular, a psicanálise malogra em explicar por que a mulher é o Outro, pois o próprio Freud admite. (pg. 78)

O que Simone questiona neste capítulo, é que assim como os dados biológicos, no capítulo anterior, a psicanálise também falha é explicar porque se constituiu na sociedade que a mulher seja O Outro. Além disso aponta para a "pobreza das descrições relativas à libido feminina"

O esquema descritivo propõe-se como uma lei, e seguramente uma psicologia mecanicista n„o poderia aceitar a não de invenção moral: pode, quando muito, explicar o menos, nunca o mais. A rigor, admite malogros, nunca criações. Se um sujeito n„o reproduz em sua totalidade a evolução considerada normal, diremos que a evolução se deteve no caminho, interpretar-se-· essa parada como uma falha, uma negação, nunca como uma decis„o positiva (pg. 79)

Assim, os psicanalistas acreditam que

Quando uma menina sobe a uma ·árvore é, a seu ver, para igualar-se aos meninos: n„o imagina que subir numa ·árvore lhe agrade; [...]Pode-se observar certo paralelismo entre nossas descrições e as dos psicanalistas. … porque do ponto de vista dos homens ó e é o que adotam os psicanalistas de ambos os sexos ó consideram-se femininas as condutas de alienação, e viris aquelas em que o sujeito afirma sua transcendência. Um historiador da mulher, Donaldson, observava que as definições: "O homem é um ser humano macho, a mulher È um ser humano fêmeo", foram assimetricamente mutiladas; é particularmente entre os psicanalistas que o homem é definido como ser humano e a mulher como fêmea: todas as vezes que ela se conduz como ser humano, afirma-se que ela imita o macho.




E é por meio dessas análises, Simone propõe uma estudo sobre a mulher em sua situação total


Resenha: Seja homem (JJ Bola - Editora Dublinense)

Seja Homem é um livro que busca analisar a construção da masculinidade no patriarcado, discutindo como as práticas do que seria “ser um home...