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16.8.14
The Waves - Virginia Woolf
Mais trechos....
"You are all protected. I am naked" ( Louis)
"I have had one moment of enormous peace. This perhaps is happiness. now I am drawn back by privking sensations; by curiosity, greed (I am hungry) and the irresistible desire to be myself"
"I fail before I reach the end and fall in a heap, damp, perhaps disgusting. I excite pity in the crises of life, not love. Therefore, I suffer horribly" (Neville)
"I rise from my worst disasters, I turn, I change. Pebbles bounce off the mail of my muscular, my extend body. In this pursuit I shall gro old." (Neville)
"I am afraid of the shock of sensations that leaps upon me, because I cannot deal with it as you do - I cannot make one moment merge in the next. To me they are all violent, all separate, and if I fall under the shock of the leap of the moment you will be on me, tearing me to pieces." (Rhoda)
"I do not know how to run minute to minute and hour to hour, solving them by some natural force until they make the whole and indivisible mass that you call life" (Rhoda)
"The only sayings I understand are cries of love, hate, rage and pain" (Susan)
"I love with such ferocity that it kills me when the object of my love shows by a phrase that he can escape" (Susan)
16.7.14
Hilda Hilst - Poemas Malditos, Gozosos e Devotos
IV
[...]
Me deste vida e morte
Não te dói o peito?
Eu preferia
A grande noite negra
A esta luz irracional da Vida
V
Para um Deus, que singular prazer
Ser o dono de ossos, ser o dono de carnes
Ser o Senhor de um breve nada: o homem.
Equação sinistra
Tentando parecença contigo,. Executor.
O Senhor do meu canto, dizem? Sim.
Mas apenas enquanto dormes.
Enquanto dormes, eu tento meu destino.
Do teu sono
Depende meu verso minha vida minha cabeça.
Dorme, inventado imprudente menino.
Dorme. Para que o poema aconteça.
XX
Move-te. Desperta.
Há homens à tua procura.
Há uma mulher, que sou eu.
A Terra mora na Via-Láctea
Eu moro à beira de estradas
Não sou pequena nem alta.
Sou muito pálida
Porque muito caminhei
Nas escurezas, no vício
De perseguir uns falares
Teus indícios.
Move-te. Tua aliança com os homens
Teu atar-se comigo
Tem muito de quebra e dessemelhança.
Muitos de nós agonizam.
A Terra toda. Há de ser quase
Brinquedo adivinhares
Onde reside o pó, onde reside o medo.
Não te demores.
Eu tenho nome: Poeira.
Move-te se te queres vivo.
[...]
Me deste vida e morte
Não te dói o peito?
Eu preferia
A grande noite negra
A esta luz irracional da Vida
I
[...]
Temo que se aperceba
De umas misérias de mim
[...]
V
Para um Deus, que singular prazer
Ser o dono de ossos, ser o dono de carnes
Ser o Senhor de um breve nada: o homem.
Equação sinistra
Tentando parecença contigo,. Executor.
O Senhor do meu canto, dizem? Sim.
Mas apenas enquanto dormes.
Enquanto dormes, eu tento meu destino.
Do teu sono
Depende meu verso minha vida minha cabeça.
Dorme, inventado imprudente menino.
Dorme. Para que o poema aconteça.
XX
Move-te. Desperta.
Há homens à tua procura.
Há uma mulher, que sou eu.
A Terra mora na Via-Láctea
Eu moro à beira de estradas
Não sou pequena nem alta.
Sou muito pálida
Porque muito caminhei
Nas escurezas, no vício
De perseguir uns falares
Teus indícios.
Move-te. Tua aliança com os homens
Teu atar-se comigo
Tem muito de quebra e dessemelhança.
Muitos de nós agonizam.
A Terra toda. Há de ser quase
Brinquedo adivinhares
Onde reside o pó, onde reside o medo.
Não te demores.
Eu tenho nome: Poeira.
Move-te se te queres vivo.
23.6.14
Virginia Woolf - The Waves
O livro The Waves é o mais experimental de Virginia Woolf, seis personagens contam suas histórias desde a infância até a velhice em fluxos de pensamentos. As vidas de todas se entralaçam e se separam com o decorrer do tempo. O amor, a paixão, a solidão, o existencialismo, a morte, todos os temas já conhecidos de Woolf chegam ao leitor numa delicadeza sublime e avassaladora, vindos do âmago da alma humana, de pensamentos que as personagens não ousam confessar a ninguém, a não ser a si mesmos. E por isso, nós nos vemos assim, desnudos, descobertos em cada um dos seis.
Estou expondo trechos do que li até agora, e algumas partes traduzidas por mim, e outras retiradas do site (livro & café).
Estou expondo trechos do que li até agora, e algumas partes traduzidas por mim, e outras retiradas do site (livro & café).
The wave paused, and then drew out again, sighing like a sleeper whose breath comes and goes unconsciously.
A onda pausou, e então foi-se novamente, suspirando como um adormecido que o respirar vem e vai inconscientemente.
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Foto minha: Praia de Iracema |
[...]
Now I will wrap my agony inside my pocket-handkerchief. It shall be screwed tight into a ball [...] I will take my anguish and lay it upon the roots under the beech trees. I will examine it and take it between my fingers. They will not find me. I shall eeat nuts and peer for eggs through the brambles and my hair will be matted and I shall sleep under hedges and drink water from ditches and die there (Susan)
Agora vou embrulhar minha angústia dentro do meu lenço. Vou amassá-la numa bola apertada.[..] Vou levar minha angústia de depositá-la nas raízes sob as faias. Vou examiná-la, pegá-la entre meus dedos. Não me encontrarão. Comerei nozes e procurarei ovos entre as sarças, meu cabelo ficará emaranhado e vou dormir sob as sebes, bebendo água das poças, e morrerei lá. (Livro & Café)
[...]
I need someone whose mind falls like a chopper on a block; to whom the pitch of absurdity is sublime, and a shoestring adorable. To whom can I expose the urgency of my own passion? (Neville)
Eu preciso de alguém que a mente encaixe como um martelo em um bloco, a quem seja sublime o nível de absurdo, e um par de caroços adorável. A quem eu posso expôr a urgência da minha própria paixão?
Eu preciso de alguém que a mente encaixe como um martelo em um bloco, a quem seja sublime o nível de absurdo, e um par de caroços adorável. A quem eu posso expôr a urgência da minha própria paixão?
[...]
I do not want people, when I come in, to look up with admiration. I want to give, to be given, and solitude in which to unfold my possessions (Susan)
[...]
To whom shall I give all that now flows through me, from my warn, my porous body? I will gather my flowers and presente them - Oh! To whom? (Rhoda)
[...]
He will forget me. He will leave my letters lying about among guns and dogs unanswered. I shall send him poems and he will perhaps reply with a picture postcard. But it is for that that I love him. I shall propose him meeting - under a clock, by some Cross; and shall wait, and he will not come. It is for that that I love him. Oblivious, almost entirely ignorant, he will pass from my life. And I shall pass, incredible as it seems, into other lives; this is only as escapade perhaps, a prelude only. [...] I will shade my eyes with a book, to hide one tear. (Neville)
Ele me esquecerá. Deixará sem resposta minhas cartas [...]. Eu lhe mandarei poemas, talvez ele responda com um cartão-postal. Mas é por isso que o amo. Proporei um encontro – debaixo de um relógio, ou numa encruzilhada; esperarei, e ele não virá. É por isso que o amo. Ele se afastará da minha vida, esquecido, quase inteiramente ignorante do que foi para mim. E, por incrível que pareça, entrarei em outras vidas; talvez não seja mais que uma escapada, um simples prelúdio. [...] Eu vou cobrir meus olhos com um livro, para esconder uma lágrima. (Livro & Café)
[...]
I do not know myself sometimes, or how to measure and name and count out the grains that make me what I am. (Bernard)
Por vezes, eu não me conheço, ou não sei como medir e nomear econtar os grãos que me fazem o que eu sou
[...]
I am Bernard; I am Byron; I am this, that and the other. they darken the air and enrich me, as of old, with their antics, their comments, and cloud the fine simplicity of my moment of emotion. For I am more selves than Neville thinks. We are not simple as our friends would have us to meet their needs. Yet love is simple.
Eu sou Bernard; Eu sou Byron; Eu sou esse, e aquele outro, eles escurecem o ar e me enriquecem, como se velho, com suas palhaçadas, seus comentários, e nublam a fina simplicidade do meu momento de emoção. Pois eu sou mais "eus" do que Neville pensa. Nós não somos simples como nossos amigos querem nos ter para atender suas necessidade. Ainda assim, o amor é simples
Eu sou Bernard; Eu sou Byron; Eu sou esse, e aquele outro, eles escurecem o ar e me enriquecem, como se velho, com suas palhaçadas, seus comentários, e nublam a fina simplicidade do meu momento de emoção. Pois eu sou mais "eus" do que Neville pensa. Nós não somos simples como nossos amigos querem nos ter para atender suas necessidade. Ainda assim, o amor é simples
[...]
18.6.14
Jorge Luis Borges - O Jardim
In: Primeira Poesia
Valetas,
serras ásperas,
dunas,
sitiadas por arfantes singranduras
e pelas léguas de tempestades e areia
que se aglomeram no fundo do deserto.
Em um declive está o jardim.
Cada arvorezinha é uma selva de folhas
Emvão fazem-lhe o cerrco
os estéreis cerros silenciosos
que apressam a noite com sua sombra
e o triste mar de inúteis verdores.
Todo o jardim é uma luz amena
que ilumina a tarde.
O jardinzinho é como um dia de festa
na pobreza da terra
Jazidas de Chubut, 1922
Valetas,
serras ásperas,
dunas,
sitiadas por arfantes singranduras
e pelas léguas de tempestades e areia
que se aglomeram no fundo do deserto.
Em um declive está o jardim.
Cada arvorezinha é uma selva de folhas
Emvão fazem-lhe o cerrco
os estéreis cerros silenciosos
que apressam a noite com sua sombra
e o triste mar de inúteis verdores.
Todo o jardim é uma luz amena
que ilumina a tarde.
O jardinzinho é como um dia de festa
na pobreza da terra
Jazidas de Chubut, 1922
1.6.14
Albert Camus - O Mito de Sísifo
Começar a pensar é começar a ser atormentado. (pag. 20)
Cenários desabam é coisa que acontece. Acordar, bonde, quatro horas no escritório ou na fábrica, almoço, bonde, quatro horas de trabalho, jantar, sono e segunda terça quarta quinta sexta e sábado no mesmo rítimo. Um percurso que transcorre sem problemas a maior parte do tempo. Até que um belo dia, surge um "por quê" e tudo começa a entrar numa lassidão tingida de assombro. (pag. 27)
Cenários desabam é coisa que acontece. Acordar, bonde, quatro horas no escritório ou na fábrica, almoço, bonde, quatro horas de trabalho, jantar, sono e segunda terça quarta quinta sexta e sábado no mesmo rítimo. Um percurso que transcorre sem problemas a maior parte do tempo. Até que um belo dia, surge um "por quê" e tudo começa a entrar numa lassidão tingida de assombro. (pag. 27)
5.4.14
Ana Cristina Cesar - Poética
Excertos
(poemas)
onze horas
Hoje eu comprei um bloco novo.
Pensei: a você o bloco, a você meu oco.
Ao lápis a mão e os pensamentos em coro
Me sugeriram rimas e sons mortos
Para, coisa. Se oculta, rosto.
Cessa estes ecos porcos,
Esta imundicie coxa, este braço torto
Reabre o tapume verde do poço,
Salta dentro, ao negrume tosco
E se nada resta afoga-se no lodo
Para que sobre o resto do nada, o sono.
........................ (Sussurro.) Euvocê.
quartetos
[...]
Nasci para a vida
de morte vivi
Mas tudo se acaba
Silêncio. Morri.
sem título
[...]
Hoje sou eu que
estou te livrando
da verdade
nada, esta espuma
por afrontamento do destino
insisto na maldade de escrever
mas não sei se a deusa sobe à superfície
ou apenas me castiga com seus uivos.
Da amurada deste barco
quero tanto os seios da sereia.
(prosa)
[...] Pensando em você não é bem o termo. Você na minha pele, me ocorrendo sem querer, lembrança de perfume.
[...] Digamos que um dia você percebesse que o seu único grande amor era uma falácia, um arrepio sem razão. Digamos que você percebesse que 40% de álcool apenas te garatiam a emoção concentrada como sopa Kinorr, arriscando o telefonema internacional [...] que manda que eu me cale, ou diga pouco, ou pelo menos respeite o silêncio.
[...] Porque eu faço viagens movidas a ódio. Mas resumidamente em busca de bliss.
meia noite, 16 de julho
não volto às letras, que doem como uma catástrofe. Não escrevo mais. Não milito mais. Estou no meio da cena, entre quem adoro e quem me adora. Daqui do meio sinto cara afoguetada, mão gelada, ardor dentro do gogó. [...] Não suporto perfurmes. Vasculho com o nariz o terno dele. Ar de Mia Farrow, translúcida. O horror dos perfumes, dos ciúmes e do sapato que era gêmea perfeita do ciúme negro brilhando no gogó. [...] Tão triste quando extermina, doce, insone, meu amor.
2.2.14
Liv Ullmann - Mutações
[...] Ocorreu uma mutação, a antiga vida acabou. Uma nova começou.
Queria tanto a experiência - a capacidade - de segurar uma mão a vida toda. Sem nada pedir.
Mas sigo meu próprio caminho. Estou ali inteira, como uma grande carga trancada de terror, como capítulos esquecidos que precisam ser lembrados, como o medo de estar sozinha.
Toda insegurança que habita a pessoa chamada Liv.
Nora* fica à porta e diz: "Não sei o que será de mim. Não sei para onde vou. Só sei que mão posso mais me incomodar com o que os outros dizem. Preciso encontrar o meu próprio caminho.
Não é ali que estão as possibilidades da vida? Não necessariamente chegar, mas sempre estar a caminho, em movimento.
E também amando.
Também com a mesma mão na minha - se tiver sorte
*Nora é a personagem que Liv interpretou na peça "Casa de bonecas".
15.10.13
Vai pra um convento, Ofélia!
Ofélia: meu responsável senhor, sabeis perfeitamente bem que sim e acompanhando vossas dádivas com frases de tão doce alento que muito mais preciosas se tomavam. Perdido o perfume que possuíam, recebei-as novamente, porque para um nobre coração, os mais ricos presentes tornam-se pobres quando aquele que oferece o presente já não mais demonstra afeto. Ei-los aqui, meu senhor!
Hamlet – ah, ah! És honesta?
Ofélia – Meu senhor!
Hamlet – E bela?
Ofélia – que quer Vossa Alteza dizer?
Hamlet – Que se fores honesta e bela, tua honestidade não deveria permitir nenhuma homenagem a tua beleza.
Ofélia – meu senhor, com quem a beleza poderia manter melhor comércio a não ser com a honestidade?
Hamlet – sim, é verdade. Porque o poder da beleza transformará a honestidade em alcoviteira, muito antes que a força da honestidade transforme a beleza à sua imagem. Outrora, isto era um paradoxo, mas agora o tempo mostra que é coisa certa. Amei-te antes...
Ofélia – foi, na verdade, meu senhor, o que me fizeste acreditar.
Hamlet – não deverias ter acreditado em mim, pois a virtude não pode ser inoculada em nosso velho tronco sem que nos fique algum mau ressalto. Eu não te amava.
Ofélia – tanto maior foi minha decepção.
Hamlet – entra para um convento. Por que desejas ser mãe de pecadores? Quanto a mim, sou relativamente honesto e, contudo, de tais coisas poderias acusar-me, que melhor seria que minha mãe não me tivesse posto neste mundo. Sou muito orgulhoso, vingativo, ambicioso, com mais pecados na cabeça do que pensamentos para concebê-los, fantasia para dar-lhes forma ou tempo para executá-los. Por que hão de existir pessoas como eu para se arrastarem entre o céu e a terra? Todos nós somos consumados canalhas; não te fies em nenhum de nós. Segue teu caminho para o convento. Onde está seu pai?
Ofélia – em casa, meu senhor.
Hamlet – fecha bem as portas, para que somente em casa represente ele o papel de bobo. Adeus!
Ofélia – ó céus clementes, ajudai-o!
Hamlet – se te casares, eu te darei esta maldição como dote; mesmo que fores tão casta quanto o gelo, tão pura quanto a neve, não escaparás da calúnia.
Vai para um convento, vai! Adeus! E se fazes absolutamente questão de casar-te, casa-te com um tolo; porque os homens avisados sabem muito bem que classe de monstros fazeis deles, vós, mulheres. Para um convento, vai! E o mais depressa possível! Adeus!
Ofélia – ó poderes celestiais, restitui-lhe a razão!
Hamlet – disseram-me, também, que fazeis uso de pinturas. Deus vos concedeu uma face e fabricais uma outra. Andais dançando, sois afetada, falais ciciando e dais apelido às criaturas de Deus, fazendo passar vossa leviandade por candidez. Vai-te, estou farto disso; foi por causa disso que fiquei louco! Posso dizer-te que não mais teremos casamentos. Viverão, exceto um, todos aqueles que já estejam casados. Os outros ficarão como estão. Para o convento, vai-te! (sai)
Ofélia- Oh! Como é triste que um nobre espírito fique assim transtornado! A penetração do cortesão, a língua do estudioso, a espada do soldado, a esperança e a flor deste belo país, o espelho da moda, o molde da elegância, o alvo de todos os olhares, perdido, completamente perdido! E eu, a mais desgraçada e infeliz das mulheres que sugou o mel de suas doces promessas, tenho que contemplar agora aquele nobre e soberano entendimento, como harmoniosas campainhas fendidas, fora de tom a estrídulas e aquelas formas e feições incomparáveis de florida juventude, murchas pelo delírio. Oh! Como sou desgraçada! Ter visto o que vi e ver agora o que vejo!
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