23.6.14

Virginia Woolf - The Waves

O livro The Waves é o mais experimental de Virginia Woolf, seis personagens contam suas histórias desde a infância até a velhice em fluxos de pensamentos. As vidas de todas se entralaçam e se separam com o decorrer do tempo. O amor, a paixão, a solidão, o existencialismo, a morte, todos os temas já conhecidos de Woolf chegam ao leitor numa delicadeza sublime e avassaladora, vindos do âmago da alma humana, de pensamentos que as personagens não ousam confessar a ninguém, a não ser a si mesmos. E por isso, nós nos vemos assim, desnudos, descobertos em cada um dos seis.

Estou expondo trechos do que li até agora, e algumas partes traduzidas por mim, e outras retiradas do site (livro & café).





The wave paused, and then drew out again, sighing like a sleeper whose breath comes and goes unconsciously.

A onda pausou, e então foi-se novamente, suspirando como um adormecido que o respirar vem e vai inconscientemente.


Foto minha: Praia de Iracema



[...]



Now I will wrap my agony inside my pocket-handkerchief. It shall be screwed tight into a ball [...] I will take my anguish and lay it upon the roots under the beech trees. I will examine it and take it between my fingers. They will not find me. I shall eeat nuts and peer for eggs through the brambles and my hair will be matted and I shall sleep under hedges and drink water from ditches and die there (Susan)



Agora vou embrulhar minha angústia dentro do meu lenço. Vou amassá-la numa bola apertada.[..] Vou levar minha angústia de depositá-la nas raízes sob as faias. Vou examiná-la, pegá-la entre meus dedos. Não me encontrarão. Comerei nozes e procurarei ovos entre as sarças, meu cabelo ficará emaranhado e vou dormir sob as sebes, bebendo água das poças, e morrerei lá. (Livro & Café)

[...]



I need someone whose mind falls like a chopper on a block; to whom the pitch of absurdity is sublime, and a shoestring adorable. To whom can I expose the urgency of my own passion? (Neville)
Eu preciso de alguém que a mente encaixe como um martelo em um bloco, a quem seja sublime o nível de absurdo, e um par de caroços adorável. A quem eu posso expôr a urgência da minha própria paixão?


[...]



I do not want people, when I come in, to look up with admiration. I want to give, to be given, and solitude in which to unfold my possessions (Susan)

[...]


To whom shall I give all that now flows through me, from my warn, my porous body? I will gather my flowers and presente them - Oh! To whom? (Rhoda)
A quem  eu irei dar tudo que agora flui através de mim, do meu advetir, meu corpo poroso? Eu vou reunir as flores e presenteá-los - Oh! A quem?

[...]



He will forget me. He will leave my letters lying about among guns and dogs unanswered. I shall send him poems and he will perhaps reply with a picture postcard. But it is for that that I love him. I shall propose him meeting - under a clock, by some Cross; and shall wait, and he will not come. It is for that that I love him. Oblivious, almost entirely ignorant, he will pass from my life. And I shall pass, incredible as it seems, into other lives; this is only as escapade perhaps, a prelude only. [...] I will shade my eyes with a book, to hide one tear. (Neville)

Ele me esquecerá. Deixará sem resposta minhas cartas [...]. Eu lhe mandarei poemas, talvez ele responda com um cartão-postal. Mas é por isso que o amo. Proporei um encontro – debaixo de um relógio, ou numa encruzilhada; esperarei, e ele não virá. É por isso que o amo. Ele se afastará da minha vida, esquecido, quase inteiramente ignorante do que foi para mim. E, por incrível que pareça, entrarei em outras vidas; talvez não seja mais que uma escapada, um simples prelúdio. [...] Eu vou cobrir meus olhos com um livro, para esconder uma lágrima. (Livro & Café)

[...]

I do not know myself sometimes, or how to measure and name and count out the grains that make me what I am. (Bernard)
Por vezes, eu não me conheço, ou não sei como medir e nomear econtar os grãos que me fazem o que eu sou
[...]

I am Bernard; I am Byron; I am this, that and the other. they darken the air and enrich me, as of old, with their antics, their comments, and cloud the fine simplicity of my moment of emotion. For I am more selves than Neville thinks. We are not simple as our friends would have us to meet their needs. Yet love is simple.

Eu sou Bernard; Eu sou Byron; Eu sou esse, e aquele outro, eles escurecem o ar e me enriquecem, como se velho, com suas palhaçadas, seus comentários, e nublam a fina simplicidade do meu momento de emoção. Pois eu sou mais "eus" do que Neville pensa. Nós não somos simples como nossos amigos querem nos ter para atender suas necessidade. Ainda assim, o amor é simples

[...]






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