25.12.12

Crazy Cock - outros trechos



- Você diz que ama ambos? - interrompeu ele a certa altura, quebrando o longo silêncio que vinha mantendo.

- Sim - respondeu Hildred. - Eu os amo, os dois, embora meu amor por você seja diferente do amor que tenho por Vanya.

[...]

- Escute - disse ela - , você acha que eu poderia ficar em seus braços, entregar-me a você como me entrego, se...

- Se o quê?

- Oh, tudo isso é tão estúpido! Você torna as coisas complicadas, feias. Toma, sim, senhor! Você vê tudo a sua maneira, essa maneira tacanha, masculina. Você faz de tudo uma questão sexual, e não é nada disso... é algo raro e belo.
O pensamento a empolgo, levou-a longe.

- Imaginar - disse - que você possa ter essas idéias horríveis a meu respeito, quando eu só tenho amor por você!... amor e gratidão... pois devo tudo a você. Eu não era nada, só uma criança tola, e você me transformou em alguma coisa. Você é quase um deus pra mim. Será que não sabia disso? Não acredita em mim?




17.12.12

Em busca do Satori

esse é o ponto enquanto a maioria das pessoas se encolhem nesse medo do que pode encontrar quando chegar ao fim da viagem de si mesmo - eu não tenho. vivo em busca de cavar mais e mais o poço vazio que sou na esperança de encontrar algo e só escuto o que reverbera - sem nenhum entendimento


nunca tive medo de encarar o espelho e ver minhas feridas nunca tive medo de abraçar tua alma estranha e saber

a dor que causaria


porque eu sempre preferi pular no abismo sem enxergar o chão sempre preferi descer de olhos abertos em todas as montanhas russas da insanidade 

e terminar sem fôlego


mas afinal quem iria se dizer lúcido quando se entrega completamente e imediatamente a todos os penhascos da vida?




16.12.12

Henry Miller - Crazy Cock

"... Ela sentiu que em tudo, sublime ou ignóbil,se escondia uma força turbulenta e vital, era apenas um pálido reflexo - Eu quero viver! - murmurou desvairada - Quero viver!"

"Era impossível para ela sequer formular, mesmo para si mesma, o significado daquilo que a inundava e que, naquele momento, iluminava para ela as zonas encobertas de seu ser"

13.12.12

Carta de Virginia Woolf para Leonard Woolf

A carta mais triste de todos os tempos, talvez? Mas com certeza a carta que mais me toca, que me faz em pedaços toda vez que leio. 




Dearest, I feel certain that I am going mad again. I feel we can’t go through another of those terrible times. And I shan’t recover this time. I begin to hear voices, and I can’t concentrate. So I am doing what seems the best thing to do. You have given me the greatest possible happiness. You have been in every way all that anyone could be. I don’t think two people could have been happier ’til this terrible disease came. I can’t fight any longer. I know that I am spoiling your life, that without me you could work. And you will I know. You see I can’t even write this properly. I can’t read. What I want to say is I owe all the happiness of my life to you. You have been entirely patient with me and incredibly good. I want to say that — everybody knows it. If anybody could have saved me it would have been you. Everything has gone from me but the certainty of your goodness. I can’t go on spoiling your life any longer. I don’t think two people could have been happier than we have been. V.


Resenha: Seja homem (JJ Bola - Editora Dublinense)

Seja Homem é um livro que busca analisar a construção da masculinidade no patriarcado, discutindo como as práticas do que seria “ser um home...