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11.5.21

A desistência é revelação





Tenho muita dificuldade de descansar, de "fazer nada", e de achar que eu sempre preciso fazer mais do que faço pra demonstrar meu valor.


Ai, minha filha,
haja terapia haha!

E o que tudo isso tem a ver com Hibisco Roxo

Que em Abril, no mesmo mês que eu começo a vender meu livro em formato físico, eu decido fazer uma leitura coletiva de Hibisco Roxo como se eu tivesse tempo! Sendo que eu já tenho o clube @leiturasliricas em andamento.

Esse texto é pra lembrar que temos limites físicos e mentais antes de querer realizar todos os projetos do mundo ao mesmo tempo.

Pra lembrar, que como Clarice diz "Desistir é o verdadeiro instante humano. A desistência é uma revelação."

Saber a hora de parar, respeitar meus limites é algo que quero aprender ainda mais nos próximos anos.

A gente vive num ritmo muito acelerado e de cobrança de produtividade em que antes de terminar um projeto já precisamos ter outro na manga, uma próxima novidade.

A gente não dá tempo pro nada acontecer também.

A ideia do projeto era tentar trazer gente nova pro meu Apoia.se, mas foi muito complicado buscar engajar as pessoas em dois projetos ao mesmo tempo.

Por isso, a leitura vai continuar, mas ao final do mês irei fazer uma live comentando o livro e não mais um encontro online.

A partir de agora também vou colocar o Leituras Líricas como sendo o foco do Apoia.se.

Quis colocar uma leitura coletiva de narrativas por tentar abarcar outros gostos, mas meu foco é a poesia, quem me acompanha aqui sabe. E é o diferencial do clube.

Espero que compreendam e que a gente possa continuar refletindo junto.

10.10.20

Chamada: leitura coletiva da obra de Sylvia Plath

Hoje é dia 10 de outubro, marcado como Dia Mundial da Saúde Mental.  Acabei por relacionar essa data com a leitura coletiva da obra de Sylvia Plath. Pra mim, Sylvia é muito mais do que uma autora que teve uma morte marcante, mas sim, uma mulher que viveu com intensidade, paixão e poesia de forma que inspira gerações e escritores até hoje. Lembrei dessa data não pela morte de Sylvia, mas por ela ter tido a força e capacidade de transformar a imensidão de pensamentos e sentimentos que ela carregou em seu corpo e alma em arte.

É com o sentimento pulsante do que a obra de Sylvia Plath tatuou literalmente em mim (tenho tatutado um trecho de A Redoma de Vidro) que tive o desejo de propor essa leitura coletiva. Quero compartilhar com vocês um percurso pela poesia vibrante de Sylvia, uma mulher que conseguiu escrever com tamanha consciência as angústias, dores e prisões do seu gênero em uma poesia de energia extraordinária.

Das 7 pessoas inscritas na leitura, todas são mulheres, isso diz muito da falta de interesse dos homens pela escrita das mulheres. Livros escritos por homens são considerados clássicos que tratam de temas universais, se eu tivesse propondo uma leitura coletiva de algum homem clássico teriam alguns outros homens interessados.

Então, a leitura coletiva também vem para questionar esse paradigma. Mulheres escrevendo sobre seus sentimentos SÃO universais, são os sentimentos da humanidade também. Mulheres leem mais mulheres porque como seres humanos, começamos a nos questionar que retrato estamos encontrando na literatura feita por homens.

E homens precisam ler mais mulheres para desfazerem seus estereótipos e a maneira como desenvolvem as relações.

Estou muito empolgada com o percurso que vamos fazer! E ainda espero que mais pessoas venha se juntar a essa leitura para compartilharmos nossas percepções e desfazer a ideia da leitura como um ato solitário. Vamos ler juntos e juntas Sylvia Plath?

"Como saber quem eu sou? Como permitir que meu senso inato de sentido possa fluir e me vincular com outras pessoas e com o mundo? Por que essa sensação de horror toma conta de mim?" (Sylvia Plath, Diários)

 


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