10.10.20

Chamada: leitura coletiva da obra de Sylvia Plath

Hoje é dia 10 de outubro, marcado como Dia Mundial da Saúde Mental.  Acabei por relacionar essa data com a leitura coletiva da obra de Sylvia Plath. Pra mim, Sylvia é muito mais do que uma autora que teve uma morte marcante, mas sim, uma mulher que viveu com intensidade, paixão e poesia de forma que inspira gerações e escritores até hoje. Lembrei dessa data não pela morte de Sylvia, mas por ela ter tido a força e capacidade de transformar a imensidão de pensamentos e sentimentos que ela carregou em seu corpo e alma em arte.

É com o sentimento pulsante do que a obra de Sylvia Plath tatuou literalmente em mim (tenho tatutado um trecho de A Redoma de Vidro) que tive o desejo de propor essa leitura coletiva. Quero compartilhar com vocês um percurso pela poesia vibrante de Sylvia, uma mulher que conseguiu escrever com tamanha consciência as angústias, dores e prisões do seu gênero em uma poesia de energia extraordinária.

Das 7 pessoas inscritas na leitura, todas são mulheres, isso diz muito da falta de interesse dos homens pela escrita das mulheres. Livros escritos por homens são considerados clássicos que tratam de temas universais, se eu tivesse propondo uma leitura coletiva de algum homem clássico teriam alguns outros homens interessados.

Então, a leitura coletiva também vem para questionar esse paradigma. Mulheres escrevendo sobre seus sentimentos SÃO universais, são os sentimentos da humanidade também. Mulheres leem mais mulheres porque como seres humanos, começamos a nos questionar que retrato estamos encontrando na literatura feita por homens.

E homens precisam ler mais mulheres para desfazerem seus estereótipos e a maneira como desenvolvem as relações.

Estou muito empolgada com o percurso que vamos fazer! E ainda espero que mais pessoas venha se juntar a essa leitura para compartilharmos nossas percepções e desfazer a ideia da leitura como um ato solitário. Vamos ler juntos e juntas Sylvia Plath?

"Como saber quem eu sou? Como permitir que meu senso inato de sentido possa fluir e me vincular com outras pessoas e com o mundo? Por que essa sensação de horror toma conta de mim?" (Sylvia Plath, Diários)

 


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