Hoje é dia 10 de
outubro, marcado como Dia Mundial da Saúde Mental. Acabei por relacionar essa data com a leitura
coletiva da obra de Sylvia Plath. Pra mim, Sylvia é muito mais do que uma
autora que teve uma morte marcante, mas sim, uma mulher que viveu com
intensidade, paixão e poesia de forma que inspira gerações e escritores até
hoje. Lembrei dessa data não pela morte de Sylvia, mas por ela ter tido a força
e capacidade de transformar a imensidão de pensamentos e sentimentos que ela
carregou em seu corpo e alma em arte.
É com o
sentimento pulsante do que a obra de Sylvia Plath tatuou literalmente em mim (tenho
tatutado um trecho de A Redoma de Vidro) que tive o desejo de propor essa
leitura coletiva. Quero compartilhar com vocês um percurso pela poesia vibrante
de Sylvia, uma mulher que conseguiu escrever com tamanha consciência as angústias,
dores e prisões do seu gênero em uma poesia de energia extraordinária.
Das 7 pessoas
inscritas na leitura, todas são mulheres, isso diz muito da falta de interesse
dos homens pela escrita das mulheres. Livros escritos por homens são
considerados clássicos que tratam de temas universais, se eu tivesse propondo
uma leitura coletiva de algum homem clássico teriam alguns outros homens
interessados.
Então, a leitura
coletiva também vem para questionar esse paradigma. Mulheres escrevendo sobre
seus sentimentos SÃO universais, são os sentimentos da humanidade também.
Mulheres leem mais mulheres porque como seres humanos, começamos a nos
questionar que retrato estamos encontrando na literatura feita por homens.
E homens precisam
ler mais mulheres para desfazerem seus estereótipos e a maneira como
desenvolvem as relações.
Estou muito
empolgada com o percurso que vamos fazer! E ainda espero que mais pessoas venha
se juntar a essa leitura para compartilharmos nossas percepções e desfazer a
ideia da leitura como um ato solitário. Vamos ler juntos e juntas Sylvia Plath?
"Como saber
quem eu sou? Como permitir que meu senso inato de sentido possa fluir e me
vincular com outras pessoas e com o mundo? Por que essa sensação de horror toma
conta de mim?" (Sylvia Plath, Diários)
Nenhum comentário:
Postar um comentário