26.3.20

[Comentário] Condolências - Virginia Woolf (Conto)


Virginia Woolf, como uma grande escritora que é, é uma observadora integral da vida humana, sua obra parece se deter a ser profundamente sobre pessoas em situações mais cotidianas possíveis, imaginadas ou reias, jamais saberemos de certeza. Mas para um romancista esses dois mundos se fundem. Em Condolência, a narradora recebe a notícia que o marido de uma amiga faleceu, a partir daí começa a pensar na última vez que esteve com Hammond, o falecido, e vai imaginando mentalmente toda a vida de Celia, sua amiga, diz "Há um momento que não consigo imaginar: o momento da vida dos outros que deixamos sempre de lado, o momento do qual procede tudo que nós  sabemos deles". Todo o conto parece ser esse esforço imaginativo de colocar sua mente para visualizar a vida de alguém e refletir sobre a presença da morte. A morte é um tema recorrente na obra de Virginia, principalmente por ela ter passado por muitas perdas bastante dolorosas em toda sua vida. O final do conto é ambíguo e dá a entender que talvez ela tenha se enganado sobre tudo que estava pensando sobre a morte de Hammond. O que acho mais brilhante é a capacidade que Virginia teve de transformar a dor de um luto em narrativas tão belas e simbólicas.
"Meus amigos passam sombreados a cruzar o horizonte, todos eles desejando tudo de bom, ternamente se livrando de mim e saltando da borda do mundo para o navio que espera para os levar no temporal, ou à serenidade. Meu olhar não consegue acompanhá-los. Mas eles, um após outro, com beijos de despedida e risos mais doces do que antes, vão passando além de mim para zarpar para sempre, agrupam-se e, ordem à beira d'água como se essa sempre fosse enquanto vivíamos, a orientação recebida"

24.3.20

[Comentário] Objetos Sólidos - Virginia Woolf (Conto)



No conto, dois jovens amigos, Charles e John, caminham na praia quando John encontra um caco de vidro verde enterrado na areia e a partir daí cria uma obsessão por caçar objetos quebrados de formato estranho. O conto é narrador em terceira pessoa e narrador se coloca como uma câmera, observando a cena de longe, as primeiras frases descrevem a praia e apenas dois borrões não identificados, e como se fosse dando um zoom, vai aos poucos se aproximando dos personagens, construindo-lhes a silhueta, colhendo frases soltas, e depois adentrando em suas subjetividades. O diálogo não é completamente descrito, apenas uma frase "Dane-se a política", dita por John.
John é um jovem político candidato a representante do parlamento; a frase "dane-se a política" já mostra um sinal de uma insatisfação que vinha se acumulando dentro do personagem.
Aos poucos, John não persegue somente qualquer tipo de caco encontrado na rua, mas se interessa por pedaços de vidros que tenham formas estranhas: "descuidou-se de suas obrigações, talvez, as cumpria de um modo por demais desatento, ou então seus eleitores quando o visitavam, viam-se desfavoravelmente impressionados pelo aspecto de sua lareira".
Em cima da lareira é onde John coloca os objetos que encontra, formando uma fileira esquisita de pedaços de lixo "sem significado" para os outros.
O título Objetos Sólidos e a procura por restos quebrados de louças e vidros, pra mim, sugere um apartar-se de uma vida sem propósito, John se torna um colecionador de objetos sem utilidade, ao mesmo tempo ele gosta de olhar em cima de sua lareira aquela fileira que coisas que um dia foram inteiras, e agora são cacos, talvez como se estivesse observando sua própria vida. Também nos faz refletir sobre a própria solidez dos objetos, mesmo em pedaços, em contraste com sua vida. A fragilidade de um objeto que se rompe parece também ser uma metáfora para as relações interpessoais, já que Charles e John vão se distanciando com o passar do afastamento de John da vida pública.
Também compreendi como sendo um conto sobre uma crise existencial e o rompimento de uma vida aparentemente normativa, na busca por se encontrar, mesmo diante de seus cacos.

18.3.20

Como eu organizo as minhas leituras


Me considero leitora desde os 14 anos, mas só vim começar a organizar mensalmente e anualmente as leituras há uns 3 anos, e até hoje não cheguei num método totalmente rígido, o fato é que não consigo mais ficar sem planejar o que vou ler. Resolvi escrever como faço e vou sendo como posso (parafraseando Novos Baianos), pra quem desejar planejar suas leituras também:

anualmente

Eu sou do tipo que AMA  fazer listas do que quero ler no ano, tem gente que não gosta e tá tudo bem! Não quer dizer que essa pessoa é desorganizada, mas segue uma ordem mais intuitiva. Algumas lições que fui aprendendo é: não comece todo desafio literário que você encontrar por ai. Porque você não vai dar conta, seja seletiva e veja o que realmente se faz necessário na sua vida você participar, ou pode começar e desistir sem cobrança! 30 dias grátis e ta tudo ok. Ninguém vai dar conta disso. Então vamos lá:

Primeiro: Use um caderno de organização de leitura. E em cada página faça os passos seguintes:

Passo 1: Escolha da sua estante 10 livros que você quer ler no ano - se forem todos grandes, escolha apenas 6 ou varie entre 5 grandes e 5 pequenos. Se quiser, delimite um mês para cada um, ou não, você pode deixar para "sentir" naquele mês qual você vai escolher. Mas olhar para sua estante e escolher esses 10 ajuda também no impulso de comprar mais. Escreva uma página com o títulos "10 livros para ler em 2020". Por que não 12? Porque você pode ter uma margem de tempo maior se não conseguir terminar um por mês.

Passo 2: Liste os clubes ou desafio que você quer participar. Use no caderno uma página para cada clube ou desafio e liste os livros. Nos desafios você pode ter a liberdade de escolher as leituras em qualquer ordem, pode começar pela categoria 5 por exemplo. Escolha desafios que contemplem os livros que você já tem na estante, para que você possa evitar gastar muito. Vá em bibliotecas também!!

Passo 3: Se não quiser participar de nenhum clube ou desafio, faça o seu próprio. Eu fiz o meu desafio pessoal que é "Zerando a Estante", em que seleciono 6 livros encalhados em categorias divertidas para me fazer lê-los. Você pode criar o seu!

Passo 4:  Planeje mensalmente, Depois de fazer essas páginas de listas, agora é organizar por mês. Escreva em uma folha o nome do mês e liste uma suposição dos livros que você está com vontade de ler aquele mês, fazendo isso você pode ter controle de colocar livros mais longos e alguns curtos. Você pode fazer isso a cada final anterior ou começo do mês atual.

Passo 5: Conhecendo seu ritmo. Quando você já sabe seu ritmo de leitura, tudo flui melhor. Se você acha que consegue ler um livro de 150 páginas em 1 semana, ou sabe que precisa de duas, você pode organizar melhor as leituras do mês e definir prazos. Lembre-se que esses prazos são só pra te ajudar a se organizar NÃO SÃO REGRAS, se colocou no papel que iria terminar tal livro em 10 dias e não deu certo, tudo bem! Não precisa se sentir mal, ou se cobrar demais!

Passo 6: Lendo vários livros ao mesmo tempo. Tem gente que só lê um por vez, eu prefiro ler vários, mas estou agora tentando só até 3. Eu divido as leituras por nível de dificuldade. Levo sempre comigo um livro de leitura leve, geralmente um romance curto ou livro e contos ou biografia e leio em intervalos ao longo do dia, ou no ônibus - quando não está chacoalhando tanto. Reservo livros de poesia para ler antes de dormir, (tem gente que prefere pela manhã). E um livro teórico/de estudo para ler em casa ou tiro um tempo na biblioteca. É mais ou menos assim que faço. 

Penso agora que claro, essas dicas são meio direcionadas para pessoas que já tem um hábito de leitura, para pessoas que querem começar a ler mais, pensarei como escrever em outro texto.

Se gostaram das dicas, comenta aqui e compartilhem!

14.3.20

[Resenha] O perseguidor - Júlio Cortázar

Achei que fosse fácil e rápido falar de O Perseguidor, mas agora me deparo diante de uma tarefa um pouco mais complicada.

o que é: O Perseguidor é um conto do argentino Júlio Cortázar, publicado em 1959 na coletânea As Armas Secretas, mas que no Brasil também ganhou uma edição exclusiva pela editora CosacNaify, com ilustrações especiais do também argentino José Muñoz. 

contexto: Córtazar era um grande fã de jazz, inclusive tocava trompete. Neste conto ele faz uma homenagem ao saxofonista estadunidense Charlie Parker, grande lenda que revolucionou o jazz nos anos 50, inaugurando o bepop. Parker era conhecido como "Bird" (Pássaro), morreu com apenas 34 anos, infelizmente a conhecida combinação de viva rápido, morra jovem e seja um gênio que os EUA tanto amam; o músico entrou pra história e fez a cabeça de uma geração, é um pouco sobre essa intensidade de Parker que Júlio trata aqui, mas não só sobre isso... claro.


a história: O Perseguidor vai contar o período final da vida de Johnny, um saxofonista famoso e genial, mas com muitos problemas internos e viciado em drogas; Bruno é o narrador em primeira pessoa, biógrafo e amigo de Johnny. Com uma linguagem e ritmo frenéticos como uma caçada à noite, adentramos ao mundo caótico da mente de Johnny e de outros personagens; este conto não é somente para amantes de Jazz para todos que busquem uma leitura reflexiva e empolgante sobre estar numa encruzilhada existencial. 



Um pouco mais

Bruno é um crítico de música, amigo e biógrafo de Johnny, ele escreveu recentemente uma biografia sobre o músico e durante os dias em que volta a conviver intensamente com Johhny vai refletindo sobre seu próprio trabalho como biógrafo ao mesmo tempo que tenta adentrar compreender o universo desconexo no qual a mente de Johnny se encontra no período de recorte do conto. A impressão que tive é que às vezes ele oscila entre "defender", apoiar e admirar Johnny, e outras em que parece ficar observando praticamente o amigo cair do penhasco para assim poder ter uma boa história. 

"Não é nenhuma exceção, aparentemente. Qualquer um pode ser como Johnny, sempre que aceite ser um pobre-diabo doente e viciado e sem vontade e cheio de poesia e talento"

Johnny é um jazzista genial, mas com muitos problemas mentais, tem depressão, já havia tentado suicídio antes e é viciado em drogas: um combo conhecido e até meio romantizado. Não fica claro qual, falam bastante de maconha, mas no meu pouco entendimento só a maconha não causa o estado no qual o personagem é descrito. Ele está totalmente perdido da cabeça, no início do conto em que Bruno vai ao hotel que Johnny, este está num estado lamentável e tenta estabelecer alguma comunicação, mas sua mente sempre vaga por assuntos e imagens incompressíveis para os outros.


Pelo que podemos entender, Johnny havia passado um período limpo das drogas, mas em Paris voltou a usar, Bruno tenta descobrir com quem ele havia conseguido. Ao voltar com as drogas Johnny se torna imprevisível e parece quase viver em uma realidade paralela. Todos ficam a espera de um lampejo de lucidez para que ele crie algo ou aterrize. 


Ao mesmo tempo que tive a impressão que todo mundo fosse meio sanguessuga dele e ninguém pudesse de fato ajudá-lo (porque também claro, se alguém podia tirá-lo daquela depressão era ele mesmo, ao que parece também ser algo difícil).



Dédée é a atual namorada de Johnny uma coitada que é colocada totalmente em segundo plano. Ela é colocada no conto só pra viver em função do música e nada mais, passa 24h preocupada com ele e cuidando dele e inclusive ele ainda confessa a Bruno que nem gosta tanto dela. É um típico retrato de uma relação tóxica, mas que vê a total falta de amor próprio dessa jovem que romantizou esse músico genial e se vê importante por cuidar da vida dele esquecendo a sua própria.

Sobre isso, apesar de ter gostado muito do conto, é um conto de um homem sobre um homem, e eu nem esperava algum protagonismo feminino, porém, pra mim, também revela a brotheragem e machismo na arte que é ABSURDAMENTE COMUM. Muitas mulheres (eu já fui uma dessas), cai no conto de fadas do artista sensível e descolado achando que são diferentes de qualquer machão conservador pai de família, mas acabam sendo tratadas do mesmo jeito que qualquer homem opressor as trataria. Inclusive vai sendo revelado que Johnny já foi casado antes, tem dois filhos, fez alguma merda com a ex e não dá a mínima pra esses filhos. "Ah, mas ele é um viciado depressivo, não tem condições de cuidar nem de si". Fato, porém, isso é muitas vezes como romantizam homens passando por problemas que fazem merda e são péssimos pais, mas ficam marcados na história pela genialidade artística, mas o mesmo não ocorre com as mulheres que escolhem se dedicam as suas carreiras, ou estão passando por problemas psicológicos que as consomem deixando a maternidade em segundo plano. Temos como exemplo Nina Simone, que no documentário que foi lançado pela Netflix, conduzido pela filha dela, eu vi muita amargura da filha com relação a mãe por ela ter se dedicado tanto à carreira; outras como Elis Regina, Maísa, Nico e todas as mulheres que são mães e tem problemas com drogas são retratadas como se estivessem "fugindo do papel de mães", mas com homens isso é naturalizado. De fato, o que significa ser pai nessa sociedade né?
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Existem outros personagens secundários como a marquesa que é uma amante de Johnny, muito rica e também fornecedora das drogas que ele usa. 
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Eu amo a escrita de Cortázar, e neste conto percebe-se que ele se desafiou a construir uma linguagem que se aproximasse do bepop (um estilo de jazz fundado por Charlie Parker, um pouco mais rápido do que se costumava ouvir na época). Ele consegue passar para o leitor toda essa crise existencial depressiva que Johnny está atravessando, ao mesmo tempo que o próprio narrador começa a se questionar sobre o sentido da sua vida e do seu trabalho, refletindo sobre como a obra de arte de uma pessoa pode tocar tantas outras, mas por vezes vem de uma mente tão feroz que nem o próprio artista consegue enxergar a beleza do que faz. Me mostra também como é desesperador estar ao lado de uma pessoa nesse estado, e sabendo que só ele/ela mesmo(a) pode se salvar, mas me faz ficar atenta a não romantizar nada disso, e perceber que por conta de tanta glamourização da fama numa mente depressiva pode alto destruidor também. 

"Seria como viver preso a um para-raios em plena tormenta e crer que não vai acontecer nada."

11.3.20

[Resenha] Mulher Mat(r)iz - Miriam Alves




MULHER MAT(R)IZ reúne diversos contos de Miriam Alves escritos ao longo de 23 anos. Alguns já haviam sido publicados na coletânea Cadernos Negros e muitos foram traduzidos para outras línguas. Este foi meu primeiro contato com a escritora e me encantei em diversas maneiras. O próprio título do livro já instiga ao propor o jogo de palavras entre Matiz e Matriz, lemos a mulher com seus diversos matizes e a mulher como origem, matriz. O desejo e o erótico habitam a prosa de maneira poética e marcante, tendo como foco a mulher afro-brasileira. "Abajur" o primeiro conto oscila entre passado e presente e tem um desfecho surpresa. "A cega e Negra" fala de uma amizade inusitada entre mulheres, cada uma excluída da sociedade de alguma maneira, encontrando força nessa união, revela também o racismo forte da nossa sociedade, como em vários outros contos "O mundo girava para todo mundo; para ela, travava"

"Alice está morta" narra um feminicídio da perspectiva do assassino, o mais pesado de ler.  Algo muito interessante é quando a autora desloca a ideia de que personagens negros terão que ser pobres. Existe a denúncia social, mas Miriam vai além e desconstrói esse imaginário em que a maioria das pessoas que retratam personagens negros escolhem: de que colocar uma pessoa negra como foco principal tem que ser como criminoso ou empregada doméstica para poder revelar as dores do dia a dia. 

As personagens de Miriam são bem sucedidas, moram em apartamentos, compram calcinha nova, viajam de avião e são lindas, sem serem sexualmente objetificadas. "Os olhos verdes de esmeralda", outro muito pesado, denúncia o racismo, machismo e lesbofobia juntos, interseccionalizando as opressões. Em "O retorno de Tatiana" a ancestralidade e os poderes dos orixás são elevados como resgate de si de autoconhecimento da personagem, é belíssimo. "Um só gole" é um monólogo interior do desespero, uma personagem quer morrer ao mesmo tempo em que busca se agarrar a algum sentido pela vida. 

Miriam conta suas histórias por diversos pontos de vista, os contos trouxeram para mim temáticas inovadoras na literatura brasileira, terminei o livro com a alegria de ter conhecido mais uma escritora maravilhosa e de ter uma preciosidade da nossa literatura comigo.



9.3.20

Breviário de Fevereiro + TBR de Março

Olá, esse é um novo quadro que quero adotar no blog, mas breviário é só um nome chic para resumo haha. 



Em Fevereiro eu li 8 livros, alguns eu já tinha começado em Janeiro, como sempre acontece eu raramente termino todos os livros que começo no mesmo mês. Decidi ler mais livros teóricos de teatro/atuação, eis:

1. A viagem (tem episódio no podcast) - comecei em Janeiro

2. Antologia (HQ) - uma HQ composta por tirinhas de quadrinistas cearenses. Li para o desafio livrada na categoria uma HQ nacional

3. Cartas a uma jovem atriz (Marília Pêra) - um livro em formato de carta/email escrito em tópicos que abordam a visão da grande atriz Marília Pêra sobre alguns assuntos que ela considera essenciais para uma atriz iniciante.



4. Harry Potter e a Câmara Secreta - tem sido uma delícia enorme reler HP

5. Técnica da Representação Teatral (Stella Adler) - livro teórico escrito pela atriz, diretora e preparadora de elenco que se tornou o grande nome a levar o método de Stanislavski para os EUA, na época de Ouro de Hollywood, muitos atores famosos estudaram com ela, que fundou um Actor's Studio, escola de referência de atuação na técnica de Stanislávski.



6. A Hora do Teatro Épico (Iná Camargo Costa) - ensaios da professora da USP e pesquisadora marxista Iná Camargo Costa. Iná vai traçar um panorama de espetáculos brasileiros - diga-se de passagem paulistas e suas tentativas de realizar um teatro que conversasse com a luta de classes, no período pré e durante a ditadura.

7. O Perseguidor - conto de Júlio Cortázar inspirado em Charlie Parker.

8. Mulher Mat(r)iz: coletânea de contos da escritora Miriam Alves - maravilhoso!!




Para Março, as coisas serão mais aperreadas porque vou me dedicar ao TCC. Mas terminei um romance inacabado de menos de 100 páginas de Lima Barreto, chamado Cemitério dos Vivos e pretendo ler:

1. Prólogo, ato e epílogo - biografia de Fernanda Montenegro
2. O Feminismo é para todo mundo - bell hooks
3. Reflexos num olho dourado - Carson Mccullers
4. Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
5. Tentar terminar Grande Sertão: Veredas (mas sei que vai ficar pra Abril)



e ainda terei que ler umas 3 peças de teatro para um curso que estou fazendo.


2.3.20

[Conheça] A inspiradora Harriet Tubman






A inspiradora Harriet Tubman

Harriet foi uma mulher abolicionista afroestadunidense, por ter nascido em condições de escravidão, não temos o ano exato do seu nascimento que consta ser entre 1820-1822, em Maryland. Seu verdadeiro nome era Araminta, e seus familiares a chamavam de Minty. Adotou o nome da mãe, Harriet, para evitar ser captura quando conseguiu fugir da fazenda em que vivia. Minty se tornou mundialmente famosa por sua luta pela libertação de pessoas escravizadas. Em 1833, Harriet sofre um ataque durante uma fuga, jogam um peso de metal em sua cabeça o que a deixou gravemente ferida e tendo que sofrer com convulsões durante toda a vida. Tendo sofrido os horrores da escravidão desde criança, Harriet sempre lutou pelo sonho da liberdade. Após a morte do fazendeiro da fazenda em que ela era escravizada, Harriet consegue fugir por meio da Underground Railroad, uma organização formada por escravos libertos e outros abolicionistas. A partir disso ela começa a organizar fugas para outros escravizados, realizando inúmeras viagens perigosas. Durante a Guerra Civil ela se tornou a primeira mulher negra a ser uma patrulheira armada e espiã e conseguiu libertar mais de 700 pessoas. Em 1898 se engajou junto as sufragistas pelo voto feminino usando seu exemplo para afirmar que mulheres deveriam ter os mesmo direitos que homens. Morre em 1913 de pneumonia, aos 93 anos, deixando para todas nós um bravo legado de luta e resistência.


outras mulheres da Underground Railroad


Resenha: Seja homem (JJ Bola - Editora Dublinense)

Seja Homem é um livro que busca analisar a construção da masculinidade no patriarcado, discutindo como as práticas do que seria “ser um home...