13.8.14

Deslocado

a tua ausência era a presença mais forte daquele lugar
escrevo isso para ti
que veio
sugar tudo que restou
da mão aberta
do peito repleto
eu me sentia passando pelas minhas próprias veias quase cortando a carne num fluxo de um cardume enlouquecido
passando pelo meu sangue
sugando meu sangue
vampiro de minha esperança
a última saída
cante pra mim
a música da saída
qual?
nos quatro cantos
eu vejo
talvez meus olhos não sejam meus não sejam seus não sejam olhos 
através da insanidade a sanidade
arranco de mim a visão
essa visão
não quero essa visão
em toda parte sem saída
não existe a música de saída não existe saída não existe
pernas como floresta negra de assombro eu quero passsar! 
deixa eu passar
me deixa passar
eu quero ficar eu quero ir eu quero atravessar eu quero esconder eu quero guardar e quando olhar não mais ser
não mais estar

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