18.5.21

Todos os meu humores - Dia Nobre



Em Todos os meus humores, Dia Nobre fez eu me reconectar com passagens internas em mim, a poesia se transforma no material utilizado por exploradores da alma. 

Ao lê-la, pecorri desertos, alpes, zonas abissais e florestas. Em cada paisagem, ou em cada um de seus humores, reconheci fragmentos meus e me senti abraçada, menos sozinha e mais viva. 

Às mulheres, os adjetivos desequilibrada, histérica, raivosa, frígida são constantes ao longo da História e da Literatura. E como historiadora, Dia Nobre conseguiu unir em sua poesia a memória de nossas antepessadas queimadas, julgadas, apedrejadas e levantar uma fogueira não para morrermos, mas para renascermos, com o fogo de nosso sexo. 

Em Todos os meus humores não escondemos nossas camadas, ossos, pele, aqui é tudo exposto, goste ou não. E quando Dia afirma que "é anônima", ela diz que é todas nós. 

Os poemas também falam muito sobre o amor, o amor a outras mulheres, envoltos em desejo e decepções com intensidade e leveza ao mesmo tempo. 

No livro, ela mistura poesia e prosa poética, alguns poemas são mais breves e outros mais longos. Há na maioria deles um tom bem cotidiano e íntimo que não nega a influência de Ana Cristina Cesar e eu amo! 

Ao terminar o livro senti que não escrevo, enlouqueço ou leio sozinha, porque "não me importam as pedras / as transcendo na ponta de minha caneta". 



11.5.21

A desistência é revelação





Tenho muita dificuldade de descansar, de "fazer nada", e de achar que eu sempre preciso fazer mais do que faço pra demonstrar meu valor.


Ai, minha filha,
haja terapia haha!

E o que tudo isso tem a ver com Hibisco Roxo

Que em Abril, no mesmo mês que eu começo a vender meu livro em formato físico, eu decido fazer uma leitura coletiva de Hibisco Roxo como se eu tivesse tempo! Sendo que eu já tenho o clube @leiturasliricas em andamento.

Esse texto é pra lembrar que temos limites físicos e mentais antes de querer realizar todos os projetos do mundo ao mesmo tempo.

Pra lembrar, que como Clarice diz "Desistir é o verdadeiro instante humano. A desistência é uma revelação."

Saber a hora de parar, respeitar meus limites é algo que quero aprender ainda mais nos próximos anos.

A gente vive num ritmo muito acelerado e de cobrança de produtividade em que antes de terminar um projeto já precisamos ter outro na manga, uma próxima novidade.

A gente não dá tempo pro nada acontecer também.

A ideia do projeto era tentar trazer gente nova pro meu Apoia.se, mas foi muito complicado buscar engajar as pessoas em dois projetos ao mesmo tempo.

Por isso, a leitura vai continuar, mas ao final do mês irei fazer uma live comentando o livro e não mais um encontro online.

A partir de agora também vou colocar o Leituras Líricas como sendo o foco do Apoia.se.

Quis colocar uma leitura coletiva de narrativas por tentar abarcar outros gostos, mas meu foco é a poesia, quem me acompanha aqui sabe. E é o diferencial do clube.

Espero que compreendam e que a gente possa continuar refletindo junto.

8.5.21

Marketing não tem sentido pra mim

 


quando... não abrange diversas realidades.


Todo profissional de marketing vai dar dicas de acordo com o que ele/ela acredita, sua personalidade e sua experiência, cabe a nós dicernir o que nos serve ou não.

Essa pessoa não tem a mesma mente que você, não viveu as mesmas coisas e não tem a mesma rotina que você.

Então quando eu vejo posts dizendo 'faça isso e você terá isso", ensinando que marketing é uma simples conta matemática: "poste 2 vezes ao dia, reels 5 vezes por semana, 20 stories por dia, enquete as 9h da manhã, faça live toda semana e CRESÇA rápido", pra mim, não tem sentido.

O que me interessa no marketing vê-lo como uma ferramente que me ajude a entender meus objetivos, construir a minha própria ideia de sucesso e agir de acordo com a minha realidade para alcançar o que quero.

Conhecer um pouquinho de marketing me ajudou a pensar em estratégias de acordo com um conceito de resultado particular e não generalista.

Algumas pessoas querem vender mais, outras querem ter seguidores muito rápido, outras querem ganhar 100 mil em 7 dias. Mas isso não precisa ser o meu objetivo.

"Ah, mas você tá dizendo que não quer ter dinheiro, vender livros e ter mais pessoas acompanhando seu trabalho?".

Quero, mas não a custo de perder sono,o prazer em criar e chegar a um burnout por conta disso.

E no meu caso, pra minha mente e minha realidade, o ritmo exigido pra alcançar essas métricas no tempo que a maioria das pessoas colocam, não funciona pra mim.

As vezes que fiquei muito obceda com números de vendas e seguidores foi quando eu tive meu pior despenho, porque bom desempenho pra mim, não se trata mais de números, mas de estar feliz produzindo conteúdo.

Essa semana todos os meus posts tiverem menos de 100 curtidas, mas eu tive pessoas interessadas no meu livro todos os dias. Mas eu estou tranquila e feliz sabendo que postei o que eu me sentia bem. No momento, isso pra mim é um bom resultado.

A mentalidade punitivista que está sendo divulgada em muitos perfis de marketing não me agrada: "você está errando nisso, então você vai ser punido pelo algoritmo".

Hoje eu encaro essas dicas de marketing como um tinder "passo ou me interesso". Se eu me interessar, eu vou lá marcar um encontro, conhecer melhor, vê se funciona mesmo e se não funcionar, adiós.

Foi entendendo que meus posts precisavam ter um objetivo que eu consegui me senti melhor criando na internet. Eu pude trabalhar a atencipação do meu livro, o recurso do storytelling pra contar minha história e envolver as pessoas.

Eu acredito no marketing que você pode estudar pra se entender e não pra se perder.

Resenha: Seja homem (JJ Bola - Editora Dublinense)

Seja Homem é um livro que busca analisar a construção da masculinidade no patriarcado, discutindo como as práticas do que seria “ser um home...