7.11.20

Desafio #umafagulhapordia - dia 2: um poema revisitando uma memória infantil

 o mundo do beleléu

 

foi em um livro que li

não lembro a idade que tinha

quando fui apresentada à explicação de que há um espaço,

um espaço de verdade

abrigando em seu cosmo tudo que um dia perdi

o problema era

e lugar jamais poderia ser encontrado

eu apenas podia saber que as coisas estavam em algum lugar

estavam bem.

 

Tive a oportunidade de sentir desde cedo o gosto

com um pouco menos de dor

do que partir significa.

 

A primeira vez foi aos quatro,

sou agora novamente

a mesma menina à porta

ouvindo gritos

de uma memória que nem sei ser real

ou apenas a imagem do que se despedaçou.

 

Perder é uma arte,

morrer também.

E eu igualmente,

faço isso muito bem.

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