23.9.20

Algumas reflexões sobre o documetário Dilema das Redes (Netflix)




Vi esse documentário há mais de um semana, mas com certeza irei pensar sobre o assunto por mais tempo. O doc está longe de ser uma conversa completa sobre o assunto e concordo com algumas críticas que vi, que faltou um pouco mais de crítica ao capitalismo em sim, do que só ao modelo de negócios, porque é como se eles sugerissem que dá pra mudar o modelo de negócios dentro do capitalismo, e amore, sabemos que é na verdade por vivermos nesse sistema que tudo isso ocorre. 

Mas mesmo assim, acho que vale muito a inciativa de propor uma conversa com os próprios criadores dessas redes sobre as detruições que estão escancaradas, mas muitas vezes não percebemos. Eis aqui, algumas anotações que fui fazendo enquanto assistia.


1) Não deveríamos precisar segurar o peso do que milhares de pessoas pensam de nós. As redes sociais estimulam que nos sintamos necessitados de aprovação a cada segundo. Como ratinhos de laboratório ou cachorrinhos, a euforia de uma um like só dura até ter outro e mais outro. E depois de algumas centenas deles, dormimos em paz esperando o outro dia para ganhar mais alguns estímulos que validem nossa existência, ou o famoso biscoito. E se isso não acontece, tudo que deveria estar sólido dentro de nós sobre nós mesmos... derrete.

Nossa percepção está sob rodas em que são os outros que movem, se as pessoas se movimentam para um lado oposto ao que sentimos de bom sobre nós mesmo, o que pensamos de nós é choacolhado. 

Nesse jogo bizarro são muitas pessoas diferentes para tentar agradar e se nossa percepção muda de acordo com o que elas pensam e nós temos que constantemente nos adaptarmos para agradar os outros entramos em movimentos de ruptura constante, e isso machuca.


2) As redes sociais nos instigam a nos expormos para recebemos atenção, mas não nos prepara para lidar com isso, pelo contráio, nos faz ficar dependentes disso. Se algo que fazemos nos deixa popular, parece ao mesmo tempo lançar uma isca de dependência que valida que estamos certos que "então é assim que tenho que ser", "sou popular na internet" = "tenho valor".

No doc um dos criadores de Crescimento do facebook diz como isso é uma falsa popularidade, que é passageira e nos deixa mais vazios do que antes. Então como encontrar a verdadeira alegria e motivação pelo o que você faz e pelo que mostra nas redes sociais? A pergunta fica aberta, mas tenho o palpite que é só dentro de nós mesmos. Nunca vai adiantar medir seu valor pela régua do outro.

Pois... não é muiito sacríficio batalhar tanto para saber o que vai fazer com que muitas pessoas te admirem? É preciso construir antes uma admiração por si tão forte que não vai oscilar (tanto) pelo peso da opnião alheia. 

Quando você encara as redes como profissional o negócio piora, porque na lógica do mercado você PRECISA mesmo agradar a muita gente, pra vender e ter dinheiro. 

Indo para um âmbito pessoal, é um esforço constante ter a frase dessa imagem em mente, mas é recompensador quando você chega naquele momento de tomar o valor da sua vida da opnião rasa de alguém e decide dar esse poder pra si.

E olha, não precisa nem provar pro outro nada. As pessoas mais que mais cultivam o bem estar consigo, não perdem tempo tentando convencer  o mundo todo a pensar como elas ou amá-las pelo o que elas não são :)

3) Por que é tão importante que eu esteja  sempre querendo mais atenção?

3mil não vai ser suficiente

4 mil não

5 mil não

10mil não vai ser suficiente

30 mil não

1milhão não vai ser


Eu tento bastante não dar atenção ao que famosos fazem na internet, sinceramente, ainda não conheci uma pessoa meramente famosa (acho que a margem é 10k) que não tivesse alguma noia de atenção, ou já não tivesse se exaurido nessa pira toda:

Se a internet é um trabalho então eu preciso de limite de horário e férias e ser paga, se é um hobby, então não devia me fazer mal. Se é um hobby, eu não devia achar que preciso de regras. :)



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