18.7.19

Buchi Emecheta

A primeira vez que soube da vida de Buchi foi através do podcast da Gabi chamado "Uma leitura toda sua". Já tinha interesse em ler As Alegrias da Maternidade desde o lançamento da TAG e essa onda abençoada e tardia de escritores africanos que chega aos poucos ao Brasil. Tão tardia que fiquei abismada ao ouvir no podcast que Buchi teve QUINZE livros escritos em vida e o que leitor brasileiro sabe desta escritora? Bem pouco e ainda há quem torça o nariz achando que a divulgação constante de escritores africanos é pura modinha. Mas desculpem essa introdução dispensável e vamos falar dela. Nascida na cidade iorubá de Lagos, passou a infância em Ibuza, terra natal dos pais. "Prometida" aos 11 anos, já estava casada aos 16. Quando criança amava escutar histórias dos mais velhos, conseguiu ser matriculada numa escola missionária para meninas onde aprendeu sua quarta língua, o inglês. Todo esse contexto, tanto a cidade, como o casamento prometido e a dificuldade de meninas estudarem é colocado no seu livro As alegrias da Maternidade, único que li até agora. Buchi viveu um casamento violento e abusivo. Seu marido chegou a queimar os rascunhos de seu primeiro livro. Aos 22, com 5 filhos, ela conseguiu o divórcio, mas o marido renega a paternidade dos filhos. Ainda assim, obteve graduação em Sociologia e trabalhou escrevendo para o periódico New Statesman, em que inicia sua carreira na literatura. Morre em 2017, ano que sua obra vem chegar a nós. Tem na bagagem 15 romances, uma autobiografia, peças e livros infantis. Que universo imenso ainda temos para ler com essa nigeriana! #buchiemecheta #africanliterature #literaturaafricana

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Resenha: Seja homem (JJ Bola - Editora Dublinense)

Seja Homem é um livro que busca analisar a construção da masculinidade no patriarcado, discutindo como as práticas do que seria “ser um home...