5.4.18

[Atualização] Desafio 52 films by women / Fevereiro e Março

Estou esse ano tentando concluir o desafio 52 films by women, que para quem não conhece ainda, consiste em assistir 52 filmes dirigidos por mulheres durante um ano. A ideia é semelhante a campanha Leia Mulheres. Já vejo hoje muita gente engajada nessa ideia de ler mais mulheres, mas percebo que ainda falta essa percepção com relação a outras artes, como o cinema. Assim, como livros, é um meio de dar voz a narrativas e olhares sob a perspectiva das mulheres, ainda mais num meio tão machista quanto o audiovisual. Desde que comecei a ter uma visão mais critica quanto a isso, percebi que muitos diretores que eu idolatrava mostravam visões muito machistas em seus filmes, coisa que eu não percebi há dois, três anos. Cada vez mais meu olhar tem se aguçado para esse ponto, é um caminho sem volta, e tenho tido felizes encontros com filmes dirigidos por mulheres, que eu não prestava atenção antes.

Porém percebi um detalhe, me faltava maior aproximação do cinema de diretoras negras, com isso resolvi escavar mais a mnha busca, e além de diretoras tenho procurado mais diretoras negras.

O acesso não é fácil, eu dedico por vezes horas procurando os filmes. Mas pra mim isso é importante, é importante porque se eu tenho que procurar tanto pra achar um filme de uma diretora negra ou se eu nunca ouvi falar dela, é porque o acesso a ela não está sendo dada de forma igual. Há quem diga, "não vou ler/ver uma obra pela raça ou gênero, isso é indiferente.", isso é uma ilusão, não é indiferente enquanto mulheres brancas e mulheres negras não estão igualmente nas mesmas estatísticas de visibilidade. Enfim, os filmes que vi em Fevereiro e Março.    

Fevereiro:

I am not a witch, Rungano Nyoni, 2017

Pariah, Dee Rees, 2011
Loving Vincent, Dorota Kobiela, Hugh Welchman, 2017

Março: 

Já em Março, eu só vi dois filmes, os dois sobre a ditadutra militar. Um, um documentário sobre o guerrilheiro Marighela, dirigido pela sobrinha dele, é um bonito registro para se conhecer um pouco da importância do Marighela no combate a ditadura, em nenhum momento é negado os crimes que ele cometeu, ou seus ideias guerrilheiros, mas mostra também para além de qualquer pré julgamento, a base de sua ideiologia




E o filme "A memória que me contam". A cineasta Lúcia Murat, volta ao tema da ditadura militar, assunto que ela ja trabalhara no doc-ficção "Que bom te ver está viva". O doc, mistura depoimentos reais com trechos ficionais iterpretados por Irene Revache. Já "A memória que me contam", se passa atualmente, e Ana, ex-guerrilheira está internada, Irene Revache interpreta uma ex militante amiga de Ana, que relembra o tempo da ditadura com outros amigos. Porém esse eu achei bem forçado e burguês. Fiquei bem incomodada com uma coisa meio novela das oito tentando dar peso a narrativa, não sei se pelos atores serem TODOS "globais". Parecia um grupo de classe média falando de uma fase "rebelde". Bem diferente do peso que o documentário Marighella traz.



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