15.2.16

Não-resenha da novela "A Mulher Desiludida", de Simone de Beauvoir

"Mas eu sei que me mexerei. A porta se abrirá lentamente e eu verei o que tem detrás. É o futuro. A porta do futuro vai se abrir. Lentamente. Implacavelmente. Estou no limiar. Só existe esta porta e o que espreita atrás dela. Tenho medo. E não posso chamar ninguém por socorro.
     Tenho medo."
noell oszvald
Uma mulher aceita que o marido tenha um caso com outra mulher na eterna esperança que ele um dia se canse e volte a amá-la como antes.
O que faz uma mulher estar em uma situação em que de fato não quer?
O que faz uma mulher amar?
O que faz uma mulher ceder até não haver mais fundo para ir mais baixo?
Oh, inferno, será mesmo a monogamia algo insustentável? "Não existe um casamento com tanto tempo sem traições", eles dizem. Por que o amor dele se desfez e o dela não? Por que ela ainda o quer? Por que ela não tenta construir uma vida para ela? Por que ela não vai embora? Por que ela ainda insiste? Por que ela se ilude? Ate quando ela vai aceitar? Como eu queria tirá-la dai. Como eu queria entrar nesse livro e tirá-la dai. Mas só quem pode sair é ela mesmo. Só quem pode sair sou eu mesma. 
Não é uma história para se ter pena, é uma história para exercitar empatia. Pena não é empatia
Eu quero você eu queria que você quisesse só a mim, mas dizem que esse é um sentimento ultrapassado para a nossa época
então eu aceito assim
por que eu aceito?
pra te ter um pouco perto de mim
mas vale a pena só esse pouco?
vale a pena tudo que sofro quando ele não está, tudo que sofro pensando onde ele está, pensando se ele não diz as mesmas coisas que diz pra mim para outras?
e não será ego meu querer que você queria só a mim? 
pode ser, mas será que entendo que é ego por você ou por mim?
sera que saberei não viver assim?
Por que por que it ain't easy to get to heaven when you're going down

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