Eu aceitaria que você gritasse
Eu aceitaria tuas fantasias
Eu aceitaria que você mudasse
Eu aceitaria tuas manias
Eu aceitaria loucura confusão mas que você viesse e dissesse - fica.
Eu aceitaria não te entender, eu aceitaria de descompreender, eu seria tua companhia
Mas não posso aceitar este lugar vazio no banco ao lado do cinema
Não posso aceitar quando você não me olha nos olhos antes da meia noite
Não sei aceitar a ligação que você esqueceu que me fez
Não consigo fazer do meu futuro uma sequência de furtivos momentos
Não sei como ser somente agora, meu corpo se estica mais longe e você fica pra trás
Quando você corre você quer que eu fique mais
só o tempo necessário para não ser muito tempo
porque muito tempo é demais
Não tenho como puxar sozinha esse balde no fundo do poço
Se fosse pra ser, eu seria, mas não sou - qualquer coisa que eu poderia ser - não sou
não há espaço para ser porque não há espaço para ter
não há espaço para ver
não há espaço para nascer nem engatinhar ou caminhar crescer
não há espaço para brotar o que nunca se plantou
não há espaço para brotar o que nunca se plantou
e all that jazz
aqui jaz
"A desistência tem que ser uma escolha. Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiros instante humano. E só esta, é a glória própria de minha condição. A desistência é uma revelação"
a paixao segundo g.h. - clarice lispector
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