11.2.15

You won't be missing that part of me

Assumir quem eu sou significa dizer: eu me importo. Eu me importo demais. Eu gostaria de poder gritar os versos de Ginsberg, "everybody's serious but me", mas não posso. Porque eu levo a sério, eu levo a sério demais. E não importa quantas vezes eu tenha sido desapontada meu bravo coração está lá de novo, colocando o barco para navegar com uma vela aos pedaços, mas desejando bons ventos. Eu nunca aprendo, deve ser isso. Ou será admirável que eu ainda insista de alguma forma? Eu estou tão cansada de dizer que estou tão cansada. Mas é tudo que sinto. De viver nesse loop sem fim em torno do amor. As mesmas histórias com diferentes rostos. Eu só quero parar. Dessa vez eu vou parar. Dessa vez eu vou sair. Dessa vez eu vou dizer não. É como uma droga. Eu sinto falta da dor estúpida. Eu sinto falta de morder os lábios pensando no que vou dizer para você. Eu só não sinto falta de como tudo fica tão sem graça no meio do filme pro final. Desgosto. Esgoto. Esgoto.

E eu me importo demais, me importo demais para me desfazer assim rapidamente das memórias, me importo demais para não escrever um poema, me importo demais. Eu sinto demais. Mas eu penso... demais com relação a que medida? A sua medida! Somente, então não é um erro meu, nem seu. Eu sou não sirvo pra isso. Eu gostaria, mas não me encaixo, não sirvo pra isso que você quer de mim. Eu não sirvo pra não querer cuidar de você. Eu não sirvo pra não querer ser cuidada. Eu não sirvo pra não querer fazer uma surpresa aparecendo na sua casa e desejar ser recebida com um largo sorriso, Eu não sirvo pra não desejar que você me ligue de madrugada. Eu não sirvo para não planejar viajar pro Chile com você. Pra não planejar, pra viver no acaso. O amanhã é incerto, mas o problema é que chega o amanhã e tudo que eu tenho é esse doce sabor do nada que você me deu. Eu devo cuidar da minha vida e se de repente você decidir cruzá-la, estou aqui, NÃO, eu não sei pensar assim, sentir assim, ser assim. Porque eu quero saber é hoje se você vai querer cruzar minha vida amanhã. E você pode saber, se você quiser, você pode saber sim. Mas a questão é que você não quer. É tão simples, ou você quer ou não quer. O que custa eu aceitar que é mais um que não quer? Eu não quero ser a única a estar aqui esperando sua vontade de me ligar e me chamar pra sair. Eu quero te chamar pra sair e esperar que você não dê qualquer desculpa esfarrapada. Isso está ficando tão diário adolescente, eu acho que tive minha adolescência atrasada ou então as histórias da juventude se repentem quando vamos envelhecendo só que ficam piores. Porque vem junto a falta de emprego e a cobrança de eu ter que me preocupar com coisa melhor do que um rolo de duas semanas que não foi pra frente.Então eu estou aqui declarando que aos 24 anos eu devo ter noção do que eu sou, baseado em tudo que vivi até hoje e eu reafirmo: eu me importo, eu sinto, eu desejo - mais.




E eu não estou te colocando na posição de vilão. Eu sei que sempre parece isso. Eu fico lamentando e me vitimizando. Mas não! Você é tão tão maravilhoso. Esse é talvez o problema, é por isso que faz tanta falta que queima na minha pele. Ele é maravilhoso, como um sonho, como a porra de um cliché, um sonho que eu nem pedi para viver, mas vivi. Eu vou agora sorrir e agradecer por tudo de perfeito que você me ofereceu nesses dias. A grande recompensa que 2015 estava me guardando.

Mas a vida deveria vir com um aviso: isso é passgeiro, então aproveite o máximo e depois esqueça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Resenha: Seja homem (JJ Bola - Editora Dublinense)

Seja Homem é um livro que busca analisar a construção da masculinidade no patriarcado, discutindo como as práticas do que seria “ser um home...