Uma espiã na casa do Amor - Anaïs Nin
Não tenho palavras para dizer a importância desse livro no presente momento da minha vida. Gostaria de fazer uma crítica, uma análise mais profunda, algo mais impessoal, mas no momento vai além do meu alcance. Só tenho a dizer que Anaïs foi uma escritora e uma mulher fascinante, no mais cliché digo 'além de seu tempo", com ideias e estilo de vida, que sim, chocam até hoje.
"[...] Penso que somos juízes mais severos dos nossos próprios atos do que os juízes profissionais. Julgamos nossos pensamentos, nossas intenções, nossas imprecações secretas, nossos ódios secretos, não apenas nossos atos."
"[...] sentiu-se desagradável, não merecedora de amor, não bela o bastante, não de uma qualidade digna de ser amada.
Por que sou amada por ele? Será que ele continua me amando? Seu amor é por algo
que não sou. Não sou suficientemente bela, não sou boa, não sou boa para ele, ele não deveria me amar, eu não mereço,[...]. Alan diz que meus olhos são lindos, mas não posso vê-los, para mim eles são olhos mentirosos, minha boca mente, há apenas algumas horas estava sendo beijada por outro... Ele está beijando a noca beijada por outro, está beijando os olhos que adoram outro... vergonha... vergonha... vergonha... as mentiras, as mentiras... [...] Posso esquecer o dia de ontem, esquecer a vertigem, essa selvageria, posso voltar para casa e nela permanecer? Às vezes não consigo suportar as rápidas mudanças de cena, as transições rápidas, não consigo fazer calmamente as mudanças de um relacionamento para o outro. Algumas partes de mim são arrancadas como um fragmento, voam aqui e ali. [...] Onde quer que esteja estou em muitas peças, sem ousar juntá-las, assim como não ousaria juntar os dois homens. Agora estou aqui, onde não serei ferida de maneira alguma, por nenhuma palavra ou gesto... mas não sou toda eu que estou aqui, apenas metade de mim está sendo protegida. [...] Lave seus olhos mentirosos e seu rosto mentiroso, vista as roupas que ficaram em casa, que são delem batizadas por suas mãos, interprete o papel de uma mulher inteira, pelo menos vocês sempre desejou ser isso, não é uma mentira completa"
que não sou. Não sou suficientemente bela, não sou boa, não sou boa para ele, ele não deveria me amar, eu não mereço,[...]. Alan diz que meus olhos são lindos, mas não posso vê-los, para mim eles são olhos mentirosos, minha boca mente, há apenas algumas horas estava sendo beijada por outro... Ele está beijando a noca beijada por outro, está beijando os olhos que adoram outro... vergonha... vergonha... vergonha... as mentiras, as mentiras... [...] Posso esquecer o dia de ontem, esquecer a vertigem, essa selvageria, posso voltar para casa e nela permanecer? Às vezes não consigo suportar as rápidas mudanças de cena, as transições rápidas, não consigo fazer calmamente as mudanças de um relacionamento para o outro. Algumas partes de mim são arrancadas como um fragmento, voam aqui e ali. [...] Onde quer que esteja estou em muitas peças, sem ousar juntá-las, assim como não ousaria juntar os dois homens. Agora estou aqui, onde não serei ferida de maneira alguma, por nenhuma palavra ou gesto... mas não sou toda eu que estou aqui, apenas metade de mim está sendo protegida. [...] Lave seus olhos mentirosos e seu rosto mentiroso, vista as roupas que ficaram em casa, que são delem batizadas por suas mãos, interprete o papel de uma mulher inteira, pelo menos vocês sempre desejou ser isso, não é uma mentira completa"
"Ao mesmo tempo, ela desejava poder contar-lhe o que aconteceu de verdade; desejava poder repousar a cabeça nos ombros dele, como se a repousasse sobre uma força protetora, uma compreensão protetora não concernente à posse dela, mas sim a um completo conhecimento sobre ela, que incluísse a absolvição."
"E Sabina soube que quando ele quisesse a febre iria chamá-la."
"Esposa? Amante? Que bom contemplar esses objetos sem o tremor de arrependimento, inveja ou ciúme. Era esse o significado da liberdade. Livre de ligação, da dependência, da capacidade de sentir dor."
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