4.9.17

Livros teóricos (fichamento): "O Que é Dialética?" e "Drama como método de ensino"




Leandro Konder foi um filosofo marxista, médico sanitarista e líder comunista. Formado em Direito, Leandro exilou-se em 1972, após ser preso e torturado pelo regime militar, e morou na Alemanha e depois na França até seu regresso ao Brasil em 1978. Doutorou-se em Filosofia em 1987 no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Faleceu em novembro de 2014.

Neste pequeno livro, o autor tentar nortear alguns questionamentos acerca do conceito de dialética, seguindo ao longo do livro um viés marxista. O fato de o autor ter, devido a sua pesquisa, abordado o tema a luz do marxismo talvez deixe o leitor mais leio sobre o assunto um pouco perdido, como foi o meu caso. Resolvi buscar esse livro por interesse pessoal, por ser pesquisadora em arte e curiosa por temas que desconheço. A dialética é um termo chave na filosofia e ciências afins, mas que nos faz também atravessar os acontecimentos levando em consideração questões que se contrapoem, chegando a uma síntese e assim pode nos fazer ter uma visão mais ampla dos assuntos. Entendi que a dialética nos ajuda a pensar o mundo para além do que nos é passado, principalmente nos faz questionar mais a informação que recebemos.

O primeiro capítulo chamado "Origens da Dialética", vai expor como a dialética passou por várias concepções até o que significa hoje. Atualmente, o conceito que dizer "um modo de pensarmos as contradições existentes na nossa realidade, ou seja, uma forma de pensar que a nossa realidade vive em permanente transformação. Mudamos para permanecer e permanecemos mudando.". Analisar o mundo dialeticamente é então pensar as contradições existentes nele e as possíveis transformações.

Em contraponto à dialética temos a metafísica, concepção que prevaleceu historicamente por muito tempo, pois correspondia ao pensamento das classes dominantes, ou seja: os valores e conceitos da sociedade são imutáveis, esse pensamento impossibilitava ideia de transformação que a dialética propõe.

A partir do terceiro capítulo, "A Alienação", o autor começa a tratar mais da dialética marxista e como Marx usou o conceito para falar da luta de classes. Cada vez mais tenho certeza que ler Marx ajudaria a entendermos tudo que nós passamos, toda a questão da desigualdade social. Isso se o Brasil não fosse contaminado por um pensamento que desde a ditadura prega o socialismo como um dêmonio e faz pobre achar que um dia vai ser rico ao invés de entender sua realidade para transformá-la socialmente e coletivamente e não só individualmente. Mas essa é outra questão.

"A partir da divisão social do trabalho, a humanidade passava a ter uma dificuldade bem maior para pensar os seus próprios problemas e para encará-los de um ângulo mais amplamente universal: mesmo quando eram sinceros, os indivíduos se deixavam influenciar pelo ponto de vista dos exploradores do trabalho alheio, pela “perspectiva parcial inevitável” das classes sociais"
"As condições criadas pela divisão do trabalho e pela propriedade privada introduziram um “estranhamento” entre o trabalhador e o trabalho, uma vez que o produto do trabalho, antes mesmo de o trabalho se realizar, pertence a outra pessoa que não o trabalhador. Por isso, em lugar de realizar-se no seu trabalho, o ser humano se aliena nele; em lugar de reconhecer-se em suas próprias criações, o ser humano se sente ameaçado por elas; em lugar de libertar-se, acaba enrolado em novas opressões"

"Marx não inventou a luta de classes: limitou-se a reconhecer que ela existia e procurou extrair as consequências da sua existência" 

(pg 30/31)
Para poder analizar essa realidade que o capitalismo criou, é preciso observar o todo. Assim, no capitulo 4 "A Totalidade", o autor explica que na dialética marxista, o conhecimento é totalizante,

"Se não enxergarmos o todo, podemos atribuir um valor exagerado a uma verdade limitada (transformando-a em mentira), prejudicando a nossa compreensão de uma verdade mais geral."

Desse modo, toda ação humana  para por um processo de totalização, onde nunca alcança uma etapa final. Para observar o todo precisamos ter uma visão do conjunto. A síntese é a visão do conjunto que permite o homem descobrir a estrutura significativa da realidade com qual ele enfrenta. Para conseguirmos o nível da totalização mais abrangente devemos nos recorrer à filosofia da história.

"A visão de conjunto - ressalve-se - é sempre provisória e nunca pode pretender esgotar a realidade a que ele se refere. A realidade é sempre mais rica do que o conhecimento que temos dela. Há sempre algo que escapa às nossas sínteses; isso, porém, não nos dispensa do esforço de elaborar sínteses, se quisermos entender melhor a nossa realidade. A síntese é a visão de conjunto que permite ao homem descobrir a estrutura significativa da realidade com que se defronta, numa situação dada. E é essa estrutura significativa - que a visão de conjunto proporciona - que é chamada de totalidade"


Nos capítulos que se seguem autor vai tratar mais do pensamento marxista, mas que perpassam pelo conceito de dialética. Konder finaliza com o capitulo"Semente de dragões"

"Uma das características essenciais da dialética é o espírito crítico e autocrítico. Assim como examinam constantemente o mundo em que atuam, os dialéticos devem estar sempre dispostos a rever as interpretações em que se baseiam para atuar"


"A dialética não dá “boa consciência” a ninguém. Sua função não é tornar determinadas pessoas plenamente satisfeitas com elas mesmas. O método dialé­ tico nos incita a revermos o passado à luz do que está acontecendo no presente; ele questiona o presente em nome do futuro, o que está sendo em nome do que “ainda não é” (Ernst Bloch)."

A empolgação e esperança com que Konder fala sobre a importância revolucionária da dialética para o conhecimento humano é algo que pode nos fazer oxigenar o ar de pessimismo que vivemos hoje e ainda se agarrar a crença de que o pensamento crítico possa fazer alguma diferença no mundo, menos apenas como pequenas sementes.

Assim chego a minha vigésima terceira leitura "Drama como método de ensino". A pesquisa de Beatriz Ângela Vieira Cabral se concentra no intercâmbio do drama no eixo curricular da escola, como o drama (entende-se drama como texto dramático, ou simplificando texto para o "teatro") pode ser um método de ensino de outros conteúdos do currículo escolar.

"O Drama, uma forma essencial de comportamento em todas as culturas, permite explorar questões e problemas centrais à condição humana, e oferece ao indivíduo a oportunidade de definir e clarificar sua própria cultura. É uma atividade criativa em grupo, na qual os participantes se comportam como se estivessem em outra situação ou luar,sendo ele próprios ou outras pessoas." pg 11
Beatriz pontua que o Drama já está no cotidiano do aluno por meio da televisão, e outras interações sociais. Com isso podemos entender que o drama é um meio de transmissão de alguma mensagem ou conteúdo. A autora defende a necessidade de unir as técnicas teatrais, do ensino de artes, ao contexto dramático. Assim, Beatriz Cabral nos dá algumas características para essa atividade


contexto e circunstâncias de ficção: o contexto da ficção é a situação imaginária que é colocada no drama. Para que os alunos possam de fato vivenciar esse cruzamento entre o real e o imaginário é necessário que as situações e circunstâncias sejam convincentes e devidamente exploradas, por meio da ambientação, abordagem do tema/assunto e personagens.

processo engloba o arranjo dos elementos dramáticos, relacionando contexto e objetivos que pretende-se alcançar.
episódios são acontecimentos que estarão inseridos dentro da estrutura narrativa. Um sequência de eventos que irão construir o texto dramático permitindo o aprofundamento de detalhes e a escolha de caminhos. Sendo assim o texto final será formado a partir da negociação entre os participantes do processo. Os episódios auxiliam o professor na edificação do contexto.
pré-texto se trata do roteiro, história ou texto a ser desenvolvido, sendo este apenas um ponto de partida para o ínicio do processo. Funciona como um pano de fundo, uma orientação dos exercícios a serem explorados cenicamente. O pré-texto é a base da investigação e escavação do tema/texto a fim de torna o processo mais consistente.

"Enquanto o estímulo sugere a ideia ou ação inicial, o pré-texto indica não apenas o que existe anteriormante ao texto (contexto e circunstâncias anteriores), mas também subsidia a investigação posterior, uma vez que introduz elementos para identificar a natureza e os limites do contexto dramático e do papel dos participantes" pg 16


O drama como método de ensino permite ao professor explorar diferentes códigos linguísticos e possibilita a interação dos alunos em contextos diversificados.

Outro ponto importante é a maneira como mudamos a relação entre professor e aluno ao usar o drama como método de ensino. O professor não se torna o único sujeito das ações, nem sua função é exclusivamnte transmitir conhecimento. Na construção de cenas dramáticas, o professor não deve ser um diretor, ou seja, "não deve estar lá para definir a cena e tomar decisões, mas para entrar no jogo proposto" pelos alunos. Ele pode intervir com questões e ajudar a manter o foco nas tarefas propostas.

A autora propõe em seguida uma reflexão: por que é tão difícil manter a atenção do aluno por 50 minutos, mas os meios eletrônicos conseguem isso falcimente? Em resumo, ela chega ao ponto de que na interação virtual os alunos são agentes. Em que outro momento somos convidados a sermos agentes dos acontecimentos em um ambiente de narração? Os meio eletrônicos tornam ilimitadas as possibilidades de sermos agentes, outro ponto é a capacidade de transformação que o munto virtual proporciona.

"Ser agente e traformar são centrais às linguagens artísticas. Em Teatro Educação o aluno é criador e ator, ele faz e apresenta. Mais ainda, ele o faz e/ou transforma através do próprio corpo" pg 29

Assim, cabe ao professor em face das dificuldades em sala de aula rever suas práticas metodolóficas também, refletindo sobre a qualidade e quantidade do material levado ao aluno.


3.9.17

O Conto da Aia - Margaret Atwood [Agosto/2017/Leitura 21]

        O Conto de Aia, da canadense Margaret Atwood foi escrito em 1985, mas é extremamente atual e mesmo se tratando de uma distopia é muito próximo da nossa realidade.

        O livro é escrito como se fosse um relato e só aos poucos, muito aos poucos mesmo, você vai entendendo do que se trata, quem está narrando, em que local se passa e que mundo é aquele. Então é preciso se agarrar firme e confiar que uma hora você vai conseguir ligar os pontos. E tenha nervos, principalmente se você for mulher.

       Em resumo, após um golpe de estado, um grupo de fundamentalistas religiosos tomam o poder nos EUA e decretam o governo Gilead, o recorte que o livro trás sobre esse governo é a preocupação com a infertilidade das mulheres. Devido a mudanças climáticas que contaminaram o solo e a água, por consequencia o modo de vida das pessoas, as mulheres se tornaram em maioria infertéis. Nesse cenário outras mulheres são forçadas a "ajudar resolver o problema", como? Tornando-se Aias.

        Baseando-se no Antigo Testamento, o governo instaura uma lei em que as Aias são obrigadas as gerarem os filhos das Esposas infertéis dos Comandantes, por meio de um ritual, chamado de Cerimônia, A Esposa se posiciona em baixo da Aia, esta fica com a cabeça na virilha da Esposa enquanto o Comande realiza o ato sexual (fode, como a autora mesmo diz)
o governo divide as mulheres em classes: Aias, Esposas, Marthas e Tias. Aias são treinadas para parir, são as mulheres ainda em idade fértil e/ou que já tiveram filhos. As Martas não podem mais gerar bebês, e também não são casadas com os Comandantes, homens da alta sociedade, (pois além de tudo ainda há uma divisão econômica) elas cuidam dos trabalhos domésticos nas casas dos Comandantes. As Tias educam as Aias para que elas aceitem o sistema imposto de "bom grado". O mundo criado por Margaret tem bases históricas como a autora mesmo disse:


"As mulheres de Gilead usam roupas e cores prescritas pela sua posição na sociedade: vermelho para as aias, azul para as mulheres casadas, verde para as Marthas, marrom para as tias. "Organizar pessoas de acordo com o que elas vestem é uma vocação humana muito, muito antiga", diz Atwood. Data do primeiro código legal conhecido, o Código de Hamurabi, que dispunha, por exemplo, que "apenas damas aristocráticas tinham o direito de usar véus". 

"Se uma escrava fosse apanhada usando um véu, a pena era a morte. Usar o véu significava fingir ser quem ela não era." "No Canadá, o vermelho das aias foi usado para os uniformes de prisioneiros de guerra, acrescenta Atwood, "porque é bem visível na neve". O vermelho também veio da iconografia cristã do final da era medieval e começo do Renascimento. "A Virgem Maria sempre usava azul, e Maria Madalena, vermelho" (Folha)


É isso, não quero revelar mais nada, pois também é interessante tentar entender por si só esse universo. O relato de Offred oscila entre o passado e os acontecimentos presentes. As perguntas que irão te acompanhar são motivadores para continuar a leitura. Além da ansiedade crônica e talvez uma gastrite que você pode vir a desenolver. Brincadeira. Mas a leitura mee trouxe um sentimento de revolta e medo ao mesmo tempo. É revoltante como é revoltante ser mulher todos os dias nesse mundo e dá medo por ser uma distopia plenamente possível, a meu ver. Sutilmente nós ainda somos criadas parar parir, ou para ser esposas, ou para cuidar da casa e as mais velhas, as Tias, a nos doutrinar. É revoltante como podemos ser reduzidas a úteros, como a autora diz numa passagem magnífica "Somos úteros com duas pernas" e se não for isso a nada.

        O governo usa de uma violência que parece extrema, mas novamente, nada mais do que ficção com bases histórias e reais. Há uma Parede que mostram os corpos de qualquer um que tenha feito alto contra o sistema e além disso há as Colônia, lugar que não se sabe nem se existe, mas é meio como oo inferno para as mulheres, as que são consideradas Não-mulher (por motivos que ainda não entendi) são (pelo menos é o que dizem) levadas para lá para morrerem aos poucos com radiação (? ou algo assim). Isso para meter medo nas Aias se elas ousarem se rebelar.

"Há muitas utopias e distopias de base econômica, mas essa vai direto à raiz absoluta: quantas pessoas existirão em uma sociedade? Como essas pessoas serão concebidas?" Tiranos como Hitler e Ceausescu ditaram regras para a fertilidade em seus países e trataram como criminosos quem não as cumprissem. "Não foi por acidente que Napoleão proibiu o aborto. Ele desejava que as mulheres tivessem filhos para que não faltassem soldados." 

" As aias são forçadas a ter filhos para outras mulheres. Quando uma junta militar assumiu o poder na Argentina, em 1976, até 500 crianças e recém-nascidos "desapareceram" –foram adotados por militares e policiais. Na Austrália e no Canadá, centenas de milhares de crianças indígenas foram separadas à força de suas famílias. "A situação provavelmente era apresentada como 'nossa, estamos dando uma oportunidade a essas crianças. Elas vão à escola!' Seria algo assim." (Folha)

         A escrita de Atwood é fascinante, mesmo sendo fragmentada você sente que ela sabe extamente o que está escrevendo e em que pontos ela quer criticar. Quando você pensar que ela se desviou (dado alguns acontecimentos), ela te coloca no caminho de volta ao que interessa. A autora lapida sua narrativa perfeitamente e apesar de deixar muitas questões em aberto, ela não deixa interpretações dúbias sobre a opressão em que as mulheres passam. Pois sempre vai ter aquele ou aquela a pensar "ah, mas não é tão ruim assim". Quando esse pensamento pensar em surgir em algum momento (ou por conta do que vai se desenrolando com Offred), Atwood te sacode e fala "ACORDA. É pior do que você possa imaginar.".

O Conto da Aia está sendo muito falado por conta da série baseada no livro. Eu pensei QUE ÓTIMO. Mas dado aos acontecimentos reais da atualidade, às vezes eu fico bem desesperançosa de que tudo que a gente escreva, fale, mostre realmente está mudando alguma coisa (o caso do homem que ejaculou em uma mulher no ônibus, foi solto por um juiz e depois fez outra vítima), mesmo assim, existem autoras como a Margaret que tentam mostrar que ponto podemos ser reduzidas, para tentar nos dar força, para nos fazer forte, para não desistirmos de lutar, para que isso nunca venha acontecer de fato. 




Gran Cabaret Demenzial - Verônica Stigger [Junho/2017/Leitura 18]



Finalmente uma ~~resenha~~ de Gran Cabaret Demenzial (vou abreviar como GCD), da Veronica Sitgger. Provocante, perturbador, esquisito, de "péssimo gosto", "pior leitura da vida", etc, essas são algumas palavras e frases que vejo relacionadas ao GCD, e acho que pode ser tudo isso mesmo. 
Com certeza agradar não deve ter sido um dos objetivos de Stigger com esse livro, então não espere ter seu senso do  sublime e belo amaciado, porque não é aqui o lugar, mas Veronica Stigger com seu estilo non sense ao extremo causa um rebuliço na literatura do bom senso e do bem.
São 19 narrativas de formas diversas, umas são contos, há uma peça, alguns são só frases. Pra mim a autora segue algo que acredito muito sobre como devemos encarar a literatura hoje: novos conteúdos pedem novas formas. 
Não, você não vai conseguir fazer uma síntese lógica de nenhuma parte do livro. É que uma mulher se despedaça inteira com o namorado. Uma mulher é engolida pela escada rolante enquanto o marido acena para ela. Morte banais, mundo banal. 
Um casal que mora no estomago de um amigo. Uma minhoca do quintal que domina uma casa inteira. Uma família racista e hipócrita num casamento. 
As histórias de Veronica alcançam um nível de imaginação que eu nunca antes tinha visto. Os leitores desse livro parecem se dividir entre acharem genial ou idiota, pra mim ele junta as duas coisas, faz o idiota ser "genial". 
Veronica não busca temas grandiosos da literatura, nem profundas questões existenciais da humanidade, você pode pensar que os contos de GCD são muito rídiculos, mas talvez você nunca tenha pensado no ridículo como algo importante.
Trazer o ridículo é uma arte, a palhaçaria está ai, ou vocês acham que ser palhaço é só tentar fazer os outros rirem?
Faço teatro e tenho alguns amigos palhaços no meu curso, na minha cidade tem um grupo de palhaçaria maravilhoso chamado "Grupo as 10 Graças" e sei que eles ralam para caralho. Um dos espetáculos do grupo se chama "Mais uma grande besteira". Fazendo essa associação relacionei Gran Cabaret a um circo com uma trupe de palhaços que invadem os banheiros e quintais, 
Assim, esteja disposto a se olhar ridiculamente também. 
É isso, é isso que Veronica faz, ela traz um espelho, coloca no seu cu e fala, OLHA QUE RIDICULO. E você responde "é verdade" e vocês duas riem, dai ela diz "agora deixa eu te contar uma história sobre isso". De repente vocês duas estão na calda de um dragão que é metade rinoceronte ou qualquer outra mistura bizarra e voadora que possa levar sua imaginação para longe, ou para muito baixo, talvez na lama, no esgoto, ou no vaso sanitário.
Cheiro, ou na verdade odor. 
GCD é um livro que fede, mas não fedemos todos nós? 
Vai dizer que você nunca enfiou o dedo no cu e cheirou? Literatura também pode ser isso. 


Resenha: Seja homem (JJ Bola - Editora Dublinense)

Seja Homem é um livro que busca analisar a construção da masculinidade no patriarcado, discutindo como as práticas do que seria “ser um home...