21.4.21

Inspiração é diferente de comparação!


Esse é o cantinho da casa onde eu geralmente faço yoga. Coloco o celular na estante e vou acompanhando no canal da Pri Leite.


No início do ano tentei fazer o desafio 21 dias de yoga, mas no dia 3 já não acompanhei e só hoje eu terminei a sequência dos 21 dias.

De início eu fiquei frustrada por não conseguir fazer todo dia, parecia que não tinha sentido continuar nos outros por ter furado um.

Uma conversa com a @habitosquemudam me fez perceber que eu não preciso fazer tudo todo dia no mesmo horário para considerar que aquilo é um hábito.

Sei que certa frequência e disciplina para incluir um hábito novo ou para algumas coisas da vida faz bem.

Mas, para mim e meu corpo, a ideia de um horário fixo para tudo por toda eternidade ignora a organicidade da vida.

Ontem acordei 8h, hoje 6h.

Ontem fiz exercícios, hoje precisei lavar a louça e trabalhar cedo porque tem muita coisa, e assim vai.

Eu acho que já me faço muito bem com os dias que consigo fazer yoga, ou acordar mais cedo, mas sinto que se pressionar a fazer isso todo dia no mesmo horário tá mais ligado a mostrar que é disciplinado e que tem bons hábitos do que realmente uma necessidade, pelo menos comigo tava sendo assim.

Eu vi que era uma pressão externa fazer as coisas de “um jeito” mais de acordo com modelo que eu via na internet do que algo que funcionava pra mim.

E digo o mesmo pra leitura e escrita. Faz alguns dias que não leio nem escrevo. O projeto de iniciar um livro de contos também está devagar, mas vi que esse é meu tempo!

Tem gente que lança um projeto depois do outro, um livro depois do outro e mil coisas ao mesmo tempo e tem a rotina super regrada, mas com certeza ninguém precisa fazer nada igual a ninguém.

E na atmosfera já tensa que estamos, não precisamos colocar pressão no local que é para nos trazer bem estar.

Você se identifica com isso?

15.4.21

A leitura é parte do treino da escrita




"O ESCRITOR É, ANTES DE TUDO, UM LEITOR" 

Verdade ou mentira?

Verdade, mas a questão é que tipo de leitor? Ou, como ler como um escritor? 

Não é uma regra que o desejo de escrever nasce necessariamente da leitura, e nem que todo leitor vai se tornar escritor. 

Mas é certo dizer que juntando a fome com a vontade, o hábito da leitura faz parte do treino da escrita. E vou dizer algumas vantagens de aliar leitura e escrita:

1) Desmistificar a ideia que escrever é um dom:

Clarice Lispector dizia que a frase vinha pronta. Mas porque ela é uma bruxona né, gente, e até as bruxas precisam testar, experimentar para chegar na magia.

Escrever é treino. Eu escrevo desde os 14, e mesmo sem a consciência de que estava treinando - porque pra mim eu só escrrevia por escrever - com certeza o que escrevo hoje é resultado desses anos. 

Quando entendemos isso, podemos colocar a leitura como parte desse treino num O escritor que lê, vai encarar a leitura com uma inspeção para a construção dos seus próprios textos.

2) Da leitura brotam outras ideias:

MUITOS livros e textos nasceram a partir do encontro do escritor com outros os livros. Coloque a leitura no seu cotidiano e deixe fluir o que chega em ti a partir disso. Está sem ideias? Comece o dia lendo um livro e se deixe levar pelas palavras de outros autores até encontrar as suas.

3) Conexão com outros autores

Leia biografias, conheça a vida de outros autores, veja entrevistas. Se conect nas redes sociais com autores contemporâneos. Nada melhor do que ouvir e ler alguém que passa pelas mesmas crises e desafios que você, e acredite, passamos.

As ideias desse texto vieram a partir do livro Criação Literária - da ideia ao texto, de José Carlos Laitano, em que o autor cita 21 indicações do escritor Moacyr Scliar e uma delas é:

"Aprendi que o ator de escrever é sequela do ato de ler".

Mas vale também uma ressalva, isso não significa ter pressa em ler ou uma obrigação em ler 15 livros em um mês para ser um bom escritor. A leitura como parte do treino inclusive exige paciência, repetição. Voltei a livros como Ariel e Poética de Ana Cristina César diversas vezes ao longo da vida. Assim como cada escrita tem um ritmo, a leitura também vai dançar de acordo com seu tempo e suas necessidades.


Resenha: Seja homem (JJ Bola - Editora Dublinense)

Seja Homem é um livro que busca analisar a construção da masculinidade no patriarcado, discutindo como as práticas do que seria “ser um home...